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Oriente Médio

AIEA: programa nuclear do Irã avança apesar de sanções

Agência nuclear da ONU afirma que as sanções internacionais não parecem estar afetando seu ritmo

17 jun 2013 - 17h55
(atualizado às 18h17)
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Hassan Rohani, na primeira entrevista coletiva à imprensa após sua vitória nas eleições presidenciais iranianas
Hassan Rohani, na primeira entrevista coletiva à imprensa após sua vitória nas eleições presidenciais iranianas
Foto: AP

O Irã está fazendo um "progresso constante" na expansão do seu programa nuclear, e as sanções internacionais não parecem estar afetando seu ritmo, disse o chefe da agência nuclear da Organização das Nações Unidas (ONU) nesta segunda-feira.

Os comentários do diretor-geral da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), Yukiya Amano, destacam o desafio enfrentado pela potências ocidentais de persuadir o Irã a suspender sua atividade nuclear.

Governos ocidentais acusam a República Islâmica de tentar desenvolver armas atômicas, o que Teerã nega, insistindo no caráter pacífico do seu programa nuclear.

A surpreendente vitória do moderado clérigo Hassan Rohani na eleição presidencial do Irã na sexta-feira aumentou as esperanças para um abrandamento das tensões na disputa nuclear que já dura uma década.

Rohani prometeu nesta segunda-feira ser mais transparente sobre o trabalho atômico de Teerã a fim de ter as sanções suspensas, mas também disse que o Irã não estava pronto para acabar com o seu programa de enriquecimento de urânio.

Reformista moderado Hassan Rohani é o novo presidente do Irã:

Amano disse que a AIEA permanece empenhada em dialogar com o Irã, mas que não há novos contatos previstos, após uma série de dez reuniões desde o começo de 2012, sem avanços na retomada das investigações internacionais a respeito de possíveis aspectos militares do programa nuclear iraniano.

"Há um aumento constante na capacidade e produção (no programa nuclear iraniano)", declarou Amano em entrevista. Questionando sobre eventuais impactos das sanções, ele disse: "Acho que não, não vejo impacto nenhum."

Amano afirmou ainda que não concorda com críticos que acusam a AIEA de se basear excessivamente em informações dos EUA e seus aliados. No fim de 2011, a agência divulgou um relatório indicando que o Irã havia no passado realizado pesquisas que poderiam ser relevantes para as armas atômicas. O Irã qualificou as conclusões como infundadas ou forjadas.

"A informação vem de um número maior de países (e) temos nossas próprias informações", disse Amano, que tem conduzido uma aproximação maior com o Irã do que seu antecessor, Mohamed ElBaradei.

Ele disse que a agência continua recebendo informações sobre possíveis atividades iranianas que podem estar relacionadas ao desenvolvimento de armas atômicas, mas "é difícil dizer se isso está ocorrendo hoje ou não, porque não temos acesso". Amano não quis especular sobre como será a presidência de Rohani, mas observou que ele tem experiência em questões nucleares, pois foi o negociador do país entre 2003 e 2005.

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