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Oriente Médio

Processo de paz recomeça sob a sombra dos assentamentos israelenses

13 ago 2013 - 10h19
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A dez minutos de carro do local reservado para a retomada na quarta-feira do processo de paz do Oriente Médio, escavadeiras israelenses estão ocupadas mexendo no terreno que os palestinos reivindicam como parte do seu futuro Estado.

Vista geral da construção de prédios residenciais no assentamento judeu de Beitar Ilit, próximo a Bethlehem, na Cisjordânia. Moradias para colonos judeus estão surgindo em toda Jerusalém Oriental, e vias importantes estão sendo abertas para dar acesso a assentamentos na Cisjordânia ocupada. Israel acaba de autorizar a construção de 3.100 novos imóveis nos territórios conquistados na Guerra dos Seis Dias, em 1967. 11/08/2013.
Vista geral da construção de prédios residenciais no assentamento judeu de Beitar Ilit, próximo a Bethlehem, na Cisjordânia. Moradias para colonos judeus estão surgindo em toda Jerusalém Oriental, e vias importantes estão sendo abertas para dar acesso a assentamentos na Cisjordânia ocupada. Israel acaba de autorizar a construção de 3.100 novos imóveis nos territórios conquistados na Guerra dos Seis Dias, em 1967. 11/08/2013.
Foto: Amir Cohen / Reuters

Moradias para colonos judeus estão surgindo em toda Jerusalém Oriental, e vias importantes estão sendo abertas para dar acesso a assentamentos na Cisjordânia ocupada. Israel acaba de autorizar a construção de 3.100 novos imóveis nos territórios conquistados na Guerra dos Seis Dias, em 1967.

A incessante atividade numa terra que está no centro do conflito gera sérias dúvidas sobre as chances de sucesso do novo processo de paz mediado pelos EUA, após um hiato de três anos nas negociações, motivado justamente pela insistência de Israel em construir novas casas para os colonos.

"A solução com dois Estados por enquanto é inalcançável", disse Dani Dayan, ex-presidente da associação dos colonos judeus, argumentando que um eventual acordo que fosse palatável aos palestinos seria inviável para os israelenses, pois envolveria a retirada de um número muito grande de colonos.

O secretário de Estado dos EUA, John Kerry, principal artífice da retomada do processo de paz, admite que esse é um problema grave, mas diz que há tempo para resolvê-lo.

"O que isso salienta é a importância de irmos para a mesa, chegar rapidamente à mesa", disse ele a jornalistas durante visita à Colômbia na segunda-feira, comentando uma série de planos urbanísticos anunciados por Israel antes da nova rodada de negociações.

Israel respondeu às críticas dizendo que os novos imóveis serão construídos em áreas que o país pretende reter para si após um eventual acordo. Mas as cifras impressionam. Em 2010, quando os palestinos se retiraram das negociações, havia 311.110 israelenses morando na Cisjordânia. Hoje, segundo a Rádio do Exército, há 367 mil.

Levando-se em conta também Jerusalém Oriental, o número de israelenses vivendo fora das fronteiras anteriores a 1967 chega a quase 600 mil. Poucos deles estariam dispostos a deixar seus lares como parte de um acordo de paz.

Após uma rodada inicial no final de julho em Washington, as discussões começam para valer na quarta-feira num hotel de Jerusalém, contrapondo a ministra israelense da Justiça, Tzipi Livni, ao mediador palestino Saeb Erekat. O encontro seguinte, dentro de mais algumas semanas, está marcado para Jericó, na Cisjordânia.

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