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Oriente Médio

Presidentes ibero-americanos chegam a Cádiz para cúpula

15 nov 2012 - 15h51
(atualizado às 16h36)
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Os presidentes e representantes ibero-americanos começam a chegar nesta quinta-feira à cidade espanhola de Cádiz para uma cúpula dedicada a renovar as relações e a estratégia do bloco perante os desafios econômicos e políticos em nível mundial.

O anfitrião da reunião de Cádiz, rei Juan Carlos I da Espanha (E), recebe o presidente da República Dominicana, Danilo Medina (D), para a 22ª Cúpula Ibero-Americana
O anfitrião da reunião de Cádiz, rei Juan Carlos I da Espanha (E), recebe o presidente da República Dominicana, Danilo Medina (D), para a 22ª Cúpula Ibero-Americana
Foto: AFP

A 22ª Cúpula Ibero-Americana acontecerá na sexta-feira e no sábado com o lema "Uma relação renovada no bicentenário da Constituição de Cádiz", em homenagem à primeira Carta Magna assinada na Espanha em 1812 e que foi redigida por deputados espanhóis e latino-americanos.

A cúpula terá, sem dúvida, um forte conteúdo econômico, dada a profunda crise na Europa, especialmente em Portugal e Espanha, e a pujança da América Latina no âmbito internacional, segundo antecipou o secretário-geral ibero-americano, Enrique Iglesias. Os chefes de Estado ou Governo de 16 dos 22 países que compõem o bloco ibero-americano participarão desta cúpula, na qual estreia a presidente Dilma Rousseff. Dilma participará com "muito entusiasmo" desta reunião, ressaltou o ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota.

Seu antecessor, Luiz Inácio Lula da Silva, sempre outorgou especial importância a esta cúpula, afinal o fluxo de intercâmbios comerciais entre o Brasil e os demais países ibero-americanos foi crescendo até chegar a US$ 99 bilhões em 2011, segundo dados oficiais. Também estrearão neste fórum ibero-americano o presidente do Governo espanhol, Mariano Rajoy, e os chefes da República Dominicana, Danilo Medina, e Honduras, Porfirio Lobo.

Para o presidente guatemalteco, Otto Pérez Molina, também seria a primeira Cúpula Ibero-Americana, mas teve que cancelar sua viagem devido à grave situação em seu país após o forte terremoto do último dia 7 de novembro. O rei Juan Carlos I da Espanha será o anfitrião da reunião de Cádiz e o mais veterano, já que participou de todas as cúpulas desde a primeira em Guadalajara (México) em 1991.

Depois da cúpula, Dilma iniciará na próxima segunda-feira sua primeira visita oficial à Espanha. O presidente do Equador, Rafael Correa, também aproveitará esta viagem para visitar representantes da grande comunidade equatoriana em Múrcia, Barcelona e Madri.

Os presidentes de Venezuela, Hugo Chávez; Cuba, Raúl Castro; Uruguai, José Mujica; Argentina, Cristina Kirchner, da Guatemala, Otto Pérez; e Paraguai, Federico Franco, por diversas razões estarão ausentes da cúpula deste ano. Mujica, de 77 anos, cancelou hoje sua viagem a Cádiz por razões de saúde e o ministro das Relações Exteriores uruguaio, Luis Almagro, representará seu país, da mesma forma que seu colega cubano, Bruno Rodríguez.

Pela Venezuela estará o vice-chanceler para a Europa, Temir Porras, depois que Chavéz desistiu também por motivos de saúde, da mesma forma que Cristina Kirchner. O presidente do Paraguai, Federico Franco, decidiu não comparecer à reunião para evitar problemas com outros países da região, que lhe vetaram em organismos regionais como Mercosul e Unasul após a destituição de Fernando Lugo.

Os coordenadores nacionais finalizam hoje os textos da Declaração de Cádiz, o Plano de Ação e uma série de comunicados especiais que serão aprovados durante a cúpula. A promoção de associações entre pequenas e médias empresas ibero-americanas, de grande potencial econômico, é um dos temas prioritários neste encontro, assim como a criação do Centro Ibero-Americano de Arbitragem para mediar litígios. A Escola Ibero-Americana de Polícia e um sistema harmonizado de informação e investigação policial também figuram na minuta dos documentos oficiais, segundo disseram à Agência Efe fontes diplomáticas.

A Cúpula de Cádiz quer também promover o desenvolvimento de uma economia ibero-americana da cultura através de novas linhas de cooperação nesse campo. Os líderes ibero-americanos se comprometerão a fomentar o ensino do português e do espanhol, a segunda língua no mundo todo falada por mais de 600 milhões de pessoas.

Em paralelo à Cúpula de Cádiz será realizada na cidade de Puerto Real a chamada Cúpula Alternativa, com o lema "A hora dos povos", à qual foram convidados os presidentes da Bolívia, Evo Morales e do Equador, Rafael Correa, que ainda não confirmaram presença, segundo os organizadores. A parte antiga da cidade de Cádiz, onde acontecerão os principais atos da cúpula esta blindado por um forte esquema de segurança, que se estende aos acessos por mar.

Milhares de jornalistas se credenciaram para acompanhar o evento no Palacio de Congresos, sede das sessões plenárias, no Oratorio de San Felipe Neri onde os líderes posarão para a foto oficial, e no Gran Teatro Falla, local da inauguração oficial da Cúpula de Cádiz.

EFE   
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