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Oriente Médio

Presidente sírio diz que ocidente pagará caro por ajuda à Al-Qaeda

17 abr 2013 - 16h10
(atualizado às 16h12)
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O presidente sírio, Bashar al-Assad, afirmou que os ocidentais brincam com fogo ao financiar a Al-Qeada e que pagarão caro por isso, porque a organização irá se voltar contra ele.

Segundo trechos de uma entrevista concedida à televisão estatal, que deverá ser exibida nesta quarta-feira à noite, Assad afirma que uma derrota de seu regime para os rebeldes significaria o fim da Síria, o que nenhum cidadão sírio poderia aceitar.

"O ocidente já pagou muito caro por ter ajudado a Al-Qaeda em seu surgimento. Hoje tem feito a mesma coisa na Síria, na Líbia e em outros locais, e pagará caro no coração da Europa e dos Estados Unidos", alertou o presidente Assad, na entrevista ao canal Al-Ikhbariya.

O chefe de Estado sírio referiu-se à ajuda concedida pelos Estados Unidos nos anos 1980 aos mujahedines do Afeganistão em sua luta contra a ocupação soviética, e que se voltaram de maneira espetacular contra os americanos.

A Frente Al-Nosra, um grupo formado por jihadistas sírios e estrangeiros que luta ao lado dos rebeles contra o regime de Assad na Síria, anunciou há uma semana sua lealdade ao chefe da Al-Qaeda, Ayman al-Zawahiri, que havia feito um apelo quatro dias antes aos rebeldes para que lutassem por um "Estado islâmico" na Síria.

Neste contexto, "não temos outra opção a não ser a vitória, porque se não formos vitoriosos, será o fim da Síria e eu acredito que nenhum cidadão sírio aceite essa opção", declarou Assad.

"A verdade é que existe uma guerra. E eu repito sem descanso o não à rendição e o não à submissão", acrescentou.

O presidente sírio também criticou o apoio dos países ocidentais e árabes aos rebeldes, particularmente o da Jordânia. "Não posso acreditar que centenas (de rebeldes) entram com suas armas na Síria, enquanto a Jordânia é capaz de deter uma única pessoa armada por resistir (a Israel) na Palestina".

Os rebeldes tomaram o controle recentemente de um trecho de 25 km no sul da Síria, na fronteira com a Jordânia. Damasco acusa o seu vizinho de treinar combatentes e deixar que entrem na Síria.

Em ocasião do Dia da Independência, que marca o fim da presença francesa em 1946, a televisão estatal exibiu imagens da época, fazendo um paralelo entre os "heróis da Independência" e o Exército sírio atual.

"A comemoração da retirada do último soldado francês é uma página importante da História da Síria e os heróis de nosso valoroso Exército combatem hoje contra o terrorismo", insistiu.

Paralelamente, segundo fontes diplomáticas, a União Europeia planeja a retirada parcial de seu embargo petroleiro, imposto em novembro de 2011, a fim de ajudar financeiramente os rebeldes, que controlam parte dos campos de petróleo do leste e do norte do país.

Em contrapartida, a Rússia, aliada de Damasco, considerou "negativo" o papel desempenhado pelo grupo de Amigos da Síria, a três de dias de uma nova reunião deste grupo em Istambul.

"Por enquanto, consideramos que este processo contribui de maneira negativa com os acordos de Genebra" sobre os princípios de uma transição na Síria, declarou à imprensa o chefe da diplomacia russa, Serguei Lavrov, após uma reunião com seu colega turco Ahmet Davutoglu.

No terreno, ao menos 12 pessoas, incluindo duas crianças, foram mortas a tiros pelo Exército em Buida, na província de Homs (centro), segundo o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH), que se baseia em uma ampla rede de fontes médicas e militantes.

Os combates continuam nesta região, onde o "regime conta com o apoio de combatentes leais ao (movimento xiita libanês) Hezbollah e das forças de defesa para expulsar os rebeldes das áreas rurais", de acordo com o diretor do OSDH, Rami Abdel Rahman.

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
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