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Oriente Médio

Presidente sírio afirma que Ocidente envia 'terroristas' a seu país

Assad também comentou a deposição de Mursi: "O que está acontecendo no Egito é a queda do que conhecemos como o islã político"

4 jul 2013 - 10h58
(atualizado às 11h23)
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O presidente sírio, Bashar al-Assad, acusou o Ocidente de enviar "grupos terroristas takfiri" (extremistas sunitas) para seu país como forma de livrar-se deles.

Em uma entrevista publicada nesta quinta-feira no jornal As-Saura, o chefe de Estado, confrontado com uma rebelião armada, diz que os países ocidentais esperam que "esses grupos terroristas, que representam para eles uma fonte de preocupação há décadas, virão para serem mortos na Síria, e que assim poderão se livrar deles".

O governo chama de "terroristas" todos os seus opositores e insiste que o crescente afluxo de combatentes estrangeiros prova que a revolta iniciada em março de 2011 não passa de um complô internacional.

Segundo o ministro francês do Interior, Manuel Valls, mais de 600 cidadãos europeus, incluindo 120 franceses, foram para a Síria desde o início da guerra para combater contra o regime de Bashar al-Assad. Quarenta franceses ainda estão no país.

"Nem todos são jihadistas e terroristas", mas muitos aderiram ao movimento radical filiado à Al-Qaeda e este fenômeno é considerado "muito preocupante", considerou no início de junho.

Assad garante que até mesmo os países ocidentais que apoiam a revolta já não falam de "revolução". "A palavra revolução já não é mencionada e agora se fala de terrorismo (...) Fazem distinção entre bons e maus terroristas, mas a palavra revolução não está mais no vocabulário", disse.

Se parte da comunidade internacional apoia a revolta contra Assad, incluindo os Estados Unidos, muitos países são cautelosos quanto a armar os rebeldes, porque temem que essas armas caiam nas mãos de extremistas, como a Frente al-Nusra, aliada à al-Qaeda.

O presidente sírio garantiu que as manifestações em massa contra o o presidente egípcio Mohamed Mursi marca o fim do islã político, de acordo com trechos de sua entrevista.

"O que está acontecendo no Egito é a queda do que conhecemos como o islã político", declarou o chefe de Estado ao jornal.

"Onde quer que esteja no mundo, qualquer pessoa que use a religião para fins políticos ou para favorecer uns em detrimento de outros, está condenado ao fracasso", disse Assad.

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
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