PUBLICIDADE

Oriente Médio

Presidente palestino anuncia demissão do governo nas próximas 24h

16 jun 2015 - 22h21
Compartilhar
Exibir comentários

O presidente palestino, Mahmud Abbas, anunciou nesta terça-feira ao seu partido, Fatah, a renúncia do governo palestino nas próximas 24 horas, informaram à AFP altos funcionários do movimento que participaram da reunião em Ramallah, na Cisjordânia.

"O governo palestino vai se demitir nas próximas 24 horas", afirmou Abbas ante o conselho revolucionário do Fatah, segundo dirigentes que não quiseram ser identificados.

Ehab Bseiso, porta-voz do governo de união palestino, não confirmou tal renúncia. "Tivemos uma reunião (do governo) hoje, e esta questão não foi discutida", declarou à AFP.

No entanto, Abbas e o premiê, Rami Hamdallah, "se encontrarão (na quarta-feira) às 13H00 locais (07H00 de Brasília) para discutir a forma como o governo vai trabalhar e isto dissipará a discórdia", disse. Outra fonte próxima da presidência mencionou uma reunião às 12H00 locais (06H00).

A renúncia poderia abrir um período de incertezas ainda mais profundo, enquanto a divisão, não apenas geográfica dos territórios palestinos, parece cada vez mais pronunciada. Desconhece-se o lugar que o islamita Hamas poderá ter em um novo governo.

Se a demissão for confirmada, seria uma consequência das divisões dos movimentos palestinos, apesar da reconciliação proclamada em 2014, e da incapacidade do governo de união nacional, formado para exercer sua autoridade na Faixa de Gaza.

"O governo vai renunciar nas próximas 24 horas por causa de sua fragilidade e porque não tem nenhuma chance de que o Hamas lhe permita agir na Faixa de Gaza", declarou Amin Maqbul, secretário-geral do Conselho Revolucionário do Fatah.

Desde 2014, o movimento islamita Hamas não deu nenhum sinal verdadeiro de que cederia o poder que ele tomou à força na Faixa de Gaza após a quase guerra civil de 2007 com o Fatah, laico e moderado, de Abbas.

Após anos de rupturas, a Organização para a Libertação da Palestina (OLP), dominada pelo Fatah, selou sua reconciliação com o Hamas em 23 de abril de 2014. O acordo instaurava um governo de transição, de "consenso nacional", integrado por tecnocratas aprovados pelos dois movimentos.

De fato, a Autoridade Palestina, órgão provisório criado em 1994 como consequência dos acordos de Oslo para governar todos os territórios palestinos, teve que se contentar em continuar governando a Cisjordânia, fisicamente separada da Faixa de Gaza pelo território israelense.

Abbas acusa o Hamas de manter um governo "paralelo" na Faixa de Gaza, e o Fatah aponta abertamente o movimento islâmico com o responsável por uma dezena de atentados contra veículos e residências de seus dirigentes no enclave.

Os dois movimentos também se acusam mutuamente pela falta de reconstrução da Faixa de Gaza.

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
Compartilhar
Publicidade
Publicidade