Israel admite erros com judeus etíopes após 68 feridos
De acordo com a polícia, 56 agentes e 12 manifestantes ficaram feridos
O presidente israelense, Reuven Rivlin, admitiu nesta segunda-feira que Israel cometeu "erros" no tratamento à comunidade etíope judaica e descreveu o sofrimento das vítimas como uma "ferida aberta".
"Nós cometemos erros. Não olhamos, não escutamos o suficiente", afirma em um comunicado, depois que milhares de israelenses de origem etíope saíram às ruas no domingo para denunciar a brutalidade policial e a discriminação.
Siga o Terra Notícias no Twitter
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, se reunirá nesta segunda-feira com representantes da comunidade de origem etíope para tentar acalmar os ânimos, depois dos confrontos de domingo.
Milhares de israelenses de origem etíope enfrentaram a polícia durante o protesto de domingo em Tel Aviv, no segundo episódio violento em quatro dias.
A polícia usou bombas de efeito moral e gás lacrimogêneo para dispersar a multidão, enquanto os manifestantes jogaram pedras, garrafas e cadeiras.
A força de segurança anunciou que 43 manifestantes foram detidos e 19 deles serão apresentados a
um juiz nesta segunda-feira, acusados de danos ao patrimônio e ataques contra a polícia.
De acordo com a polícia, 56 agentes e 12 manifestantes ficaram feridos. A polícia israelense recorreu à força quando milhares de participantes foram em direção ao edifício da Prefeitura e após duas horas de protesto tentaram abrir caminho para dentro do local, informou a imprensa local.
Os agentes usaram gás de pimenta e gás lacrimogêneo para fazer os manifestantes retroceder, o que aumentou ainda mais a tensão e os confrontos.
O chefe da polícia israelense, Yohanan Danino, disse ao Canal 10 da televisão que seus agentes atuaram com "contenção" e tentaram negociar o tempo todo com os organizadores uma saída, mas que em todo caso se tratava de "uma concentração não autorizada".
As tensões explodiram no dia 26 de abril com a divulgação pela internet de um vídeo caseiro no qual dois agentes policiais brancos detinham violentamente e com um excessivo uso da força um emigrante etíope na cidade de Holon.
A manifestação foi convocada em protesto por um vídeo que mostra dois policiais agredindo um soldado israelense de origem etíope.
Muitos israelenses de outras origens participaram da marcha, gritando palavras de ordem, como "um policial violento deve ir para a prisão" e "pedimos igualdade de direitos".
Em Israel vivem mais de 135.000 judeus etíopes, que emigraram em duas ondas, a primeira em 1984 e a segunda em 1991.
Com informações da EFE e AFP.