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Oriente Médio

Presidente do Irã quer romper isolamento diplomático

19 set 2013 - 14h25
(atualizado às 14h33)
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O presidente iraniano, Hassan Rohani, que ordenou na quarta-feira a libertação de vários opositores, deseja romper o isolamento diplomático do Irã em sua viagem na próxima semana a Nova York para participar da Assembleia Geral da ONU, afirmam analistas.

Rohani, um religioso moderado, foi eleito graças ao apoio do setor reformador e as suas promessas de conceder mais liberdades e resolver a crise sobre seu controverso programa nuclear, que Israel e as grandes potências ocidentais suspeitam que busca dotar o Irã de uma bomba atômica.

A libertação de várias figuras reformadoras, entre elas a advogada de direitos humanos Nasrin Sotoudeh, estaria vinculada a esta busca de uma aproximação com o Ocidente, afirmam analistas ocidentais e iranianos.

As libertações de algumas figuras moderadas "estariam vinculadas à visita de Rohani às Nações Unidas", considerou a analista política iraniana Said Leylaz ao jornal reformador Shargh.

Uma fonte diplomática ocidental em Teerã concordou com esta análise, confirmando que as libertações de presos políticos pelo regime dos aiatolás foram vistas por Washington e Londres como "um gesto de boa vontade em direção ao Ocidente".

"Estas libertações demonstram que Rohani quer de verdade cumprir com as promessas que fez durante a campanha, e que suas mensagens de abertura e de moderação são confiáveis", explicou a fonte.

O povo iraniano "votou sim para a moderação", declarou Rohani em seu discurso quando tomou o poder.

Outro sinal de que o regime de Teerã busca romper o isolamento diplomático e se aproximar do Ocidente é a entrevista concedida por Rohani à rede americana NBC, que foi divulgada na quarta-feira.

Nesta entrevista, o presidente iraniano se dirigiu diretamente aos Estados Unidos, inimigo histórico da República Islâmica, declarando esperar pequenos passos diplomáticos entre os dois governos.

O líder iraniano repetiu nesta entrevista que seu país não busca obter a bomba atômica, e afirmou que dispõe de "margem de manobra política suficiente para resolver" a crise relacionada ao seu programa nuclear.

Rohani se referiu nesta entrevista à flexibilidade nas discussões acordada pelo guia supremo iraniano, Ali Khamenei, que é o responsável pelos assuntos estratégicos, que incluem, é claro, a questão nuclear.

Durante seu discurso na Assembleia Geral da ONU, no dia 24 de setembro, Rohani certamente reafirmará sua vontade de resolver mediante a via da negociação a crise por seu polêmico programa nuclear, antecipam observadores.

O presidente iraniano "repetirá que está disposto a um compromisso" com o Ocidente, disse à AFP a fonte diplomática baseada em Teerã.

O Irã espera que uma aproximação com o Ocidente significará o alívio das sanções internacionais que estrangulam a economia iraniana, sugerem os analistas.

Meios de comunicação também ressaltam que o ministro iraniano das Relações Exteriores, Mohammad Javad Zarif, se reunirá com a chefe da diplomacia europeia, Catherine Ashton, no domingo para reativar as estancadas negociações com o grupo 5+1 (China, Estados Unidos, França, Reino Unido, Rússia e Alemanha).

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
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