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Oriente Médio

Presidência egípcia diz que diplomacia não superou crise

7 ago 2013 - 10h40
(atualizado às 10h47)
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A Presidência do Egito disse nesta quarta-feira que os esforços diplomáticos fracassaram na busca pelo fim da crise no país, e alertou que a Irmandade Muçulmana, grupo do presidente deposto Mohamed Mursi, será responsabilizada pelas consequências.

Em nota, o gabinete do presidente interino, Adly Mansour, disse que a iniciativa internacional de mediação iniciada há mais de dez dias "terminou hoje".

A Irmandade Muçulmana protesta há mais de um mês contra a intervenção militar que derrubou o islâmico Mursi, primeiro governante eleito democraticamente na história egípcia. Confrontos entre partidários do presidente deposto e as forças de segurança já mataram quase 300 pessoas desde então.

Representantes dos Estados Unidos, União Europeia, Catar e Emirados Árabes Unidos vinham tentando mediar a crise e conter a violência no mais populoso país árabe.

A nota do governo provisório diz que a Irmandade é completamente responsável "pelo fracasso desses esforços e pelos fatos posteriores que possam resultar desse fracasso, relacionados a violações da lei e de ameaças à paz civil".

A declaração foi vista como um sinal de que o governo está impaciente com os acampamentos e outros protestos da Irmandade, e cogita dissolvê-los à força.

Salientando a preocupação com a situação, a principal autoridade religiosa do Egito, a universidade e mesquita Al Azhar, planeja promover um diálogo sobre a crise na semana que vem, reunindo pessoas que já propuseram soluções para superar o impasse, segundo relato da agência estatal de notícias Mena.

"Há algumas iniciativas que podem ser aperfeiçoadas para iniciar a reconciliação nacional", disse à Mena um funcionário da milenar instituição, que apoiou a intervenção militar contra Mursi.

Os militares derrubaram Mursi depois de manifestações com milhões de participantes que exigiam a renúncia do presidente, acusando-o de estar tentando instaurar um regime islâmico no Egito.

A nota da Presidência disse que o governo havia autorizado os enviados internacionais a visitarem líderes da Irmandade que estão presos, a fim de tentarem convencer o grupo a "respeitar o desejo popular".

"Esses esforços não obtiveram o sucesso esperado, apesar do completo apoio que o governo egípcio ofereceu", disse o gabinete de Mansour, um juiz empossado pelos militares na presidência.

Não houve reação imediata por parte dos apoiadores de Mursi. Mohamed Ali Bishr, dirigente da Irmandade que representou o grupo em recentes contatos com diplomatas, disse à Reuters que precisa de tempo para conversar com seus correligionários antes de responder à declaração governamental.

(Reportagem adicional de Tom Perry, no Cairo, e Adrian Croft, em Bruxelas)

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