Premiê turco diz que curdos não cumpriram acordo de retirada
O primeiro-ministro da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, disse que o separatista Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK) não retirou seus combatentes da Turquia como combinado, uma condição para que os direitos dos curdos sejam ampliados como parte do processo de paz.
Erdogan não disse o que isso significa para o processo, visto por muitos como a melhor chance de encerrar o conflito que matou mais de 40 mil pessoas, sobretudo curdos, desde 1984, mas indica que um pacote de direitos para os curdos deve ser revelado em breve.
"As promessas feitas pelo PKK de se retirar do solo turco não foram cumpridas", teria dito o premiê na volta do Turcomenistão na sexta-feira, segundo o jornal Vatan.
"Só vinte por cento deixaram a Turquia, e são na maioria mulheres e crianças".
O PKK temia que seus combatentes, estimados em cerca de dois mil, seriam atacados quando se retirassem para bases nas montanhas do norte do Iraque, mas até agora o cessar-fogo declarado em março se manteve em grande parte.
O partido não disse quantos de seus combatentes foram embora, mas afirma que os confrontos podem recomeçar se Ancara não der passos concretos até o início de setembro.
Em 8 de agosto, Erdogan declarou que o parlamento pode encurtar seu recesso de verão, que vai até 1º de outubro, para aprovar o "pacote de democratização".
Uma autoridade do Ministério da Justiça disse à Reuters na última semana que o pacote incluiria recursos para uma ampliação na educação da língua curda.
Mas Erdogan, pressionado por nacionalistas por oferecer concessões para militantes vistos como terroristas, negou o fato e disse que as medidas não "perturbarão o público turco", relatou o diário Vatan.
Ele ainda descartou uma anistia geral para combatentes do PKK, que receberam a promessa de passagem livre para fora da Turquia, mas não reabilitação.
(Por Seda Sezer)