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Oriente Médio

Premiê da Turquia diz que antecipar eleições é última opção

10 jun 2015 - 16h36
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O governista Partido Justiça e Desenvolvimento da Turquia (AK, na sigla em turco) irá esgotar todas as opções para formar um novo governo antes de considerar antecipar as eleições, disse o primeiro-ministro turco, Ahmet Davutoglu, nesta quarta-feira, e pareceu alertar o presidente, Recep Tayyip Erdogan, a não interferir.

Premiê da Turquia, Ahmet Davutoglu, durante comício do partido AK , em Kahramanmaras, na Turquia. 05/06/2015
Premiê da Turquia, Ahmet Davutoglu, durante comício do partido AK , em Kahramanmaras, na Turquia. 05/06/2015
Foto: Umit Bektas / Reuters

Em entrevista à rede estatal TRT, Davutoglu afirmou que Erdogan não se envolverá nas negociações para a formação de uma coalizão depois que o AK, ao qual pertence, perdeu sua maioria parlamentar na eleição do fim de semana, e que ele só intervirá no caso de uma crise.

A votação de domingo pôs fim a mais de uma década de governo de partido único no país membro da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) e candidato a se filiar à União Europeia, prejudicando as ambições de Erdogan de estabelecer uma Presidência de grandes poderes, ao estilo norte-americano, e mergulhando a Turquia em uma incerteza política que não era vista desde os anos 1990.

"O presidente Erdogan não faz parte das negociações da coalizão, mas irá comparecer para ajudar a superar impasses", afirmou Davutoglu na conversa de uma hora.

"Se todos cumprirem suas tarefas e responsabilidades dentro dos limites constitucionais, uma cultura de reconciliação irá emergir", declarou em um aparente alerta a Erdogan.

Partidos de oposição vêm acusando Erdogan, que fundou o AK mais de uma década atrás e continua sendo sua figura predominante, de continuar influenciando seus assuntos apesar de um veto constitucional que o impede de se envolver na política partidária como chefe de Estado.

Contrastando com sua quase onipresença nos meios de comunicação, Erdogan ainda não fez nenhum comentário público desde a eleição, a não ser por uma breve declaração de seu gabinete pedindo um período de reflexão para todos os partidos.

(Por Ece Toksabay e Asli Kandemir)

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