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Oriente Médio

Político crítico ao regime sírio morre em atentado em Beirute, no Líbano

Mohamad Chatah estava a caminho de uma reunião política quando um carro-bomba explodiu; além dele, outras cinco pessoas morreram

27 dez 2013 - 06h20
(atualizado às 12h30)
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Carro virou um monte de ferro retorcido depois da grande explosão
Carro virou um monte de ferro retorcido depois da grande explosão
Foto: AFP

Um carro bomba explodiu nesta sexta em Beirute, no Líbano, matando seis pessoas e ferindo mais de 70. Entre as vítimas está Mohamad Chatah, ex-ministro das Finanças libanês e conselheiro do ex-premiê Saad Hariri. Chatah fazia oposição ao presidente sírio, Bashar al-Assad e ao grupo Hezbollah, e era destaque dentro da coalizão oposta ao regime sírio liderada por Hariri. O ex-premiê acusou o Hezbollah, que, por sua vez, condenou o atentado.

Vídeo mostra correria após explosão que matou ex-ministro em Beirute:

O barulho da explosão foi ouvido em diversas partes da cidade às 9h40 da manhã (5h40 no horário de Brasília), e uma coluna de fumaça preta se ergueu no bairro comercial e de hotéis. Um restaurante e um café foram destruídos pela explosão, e vários carros pegaram fogo, disseram testemunhas. Grande parte de Beirute foi isolada pela polícia após a explosão.

Chatah estava a caminho da casa de Hariri, que não se encontra no país, onde participaria de uma reunião política. Um pouco antes de morrer, ele havia criticado o grupo Hezbollah em sua conta no Twitter, dizendo que o grupo xiita está buscando mesmo poder dentro Líbano que a Síria exerceu por 15 anos. Confira a última mensagem do político no Twitter.

Chatah, que também foi embaixador libanês em Washington, era considerado o representante político de Hariri, que deixou o Líbano em 2011 quando o Hezbollah provocou a queda de seu governo. De 2005 a 2012, ocorreram atentados e assassinatos contra políticos e jornalistas opostos ao regime sírio, assim como contra oficiais do exército e da polícia.

Serviços de segurança observam o local da explosão na região central de Beirute
Serviços de segurança observam o local da explosão na região central de Beirute
Foto: AFP

O atentado de hoje ocorreu 20 dias antes do início do julgamento dos supostos responsáveis pela morte do ex-primeiro-ministro libanês Rafic Hariri, morto em 14 de fevereiro de 2005.

Saad Hariri acusa Hezbollah

O ex-primeiro-ministro Saad Hariri acusou o Hezbollah de ser o responsável pelo atentado. "Os que mataram Chatah são os mesmos que mataram Rafiq Hariri", disse nas redes sociais o ex-primeiro-ministro em referência aos membros do Hezbollah acusados de matar seu pai em 2005.

Homem ferido jaz na rua momentos depois de explosão de carro-bomba em Beirute
Homem ferido jaz na rua momentos depois de explosão de carro-bomba em Beirute
Foto: AFP

"Pelo que sabemos, os suspeitos são os mesmos que fogem da justiça internacional e se negam a comparecer em um tribunal internacional", acrescentou Hariri, que acusou o Hezbollah de "trazer os incêndios regionais" para o Líbano, em alusão ao papel da organização no conflito sírio.

Hezbollah condena atentado

Após a acusação de Hariri, o Hezbollah condenou o atentado, classificando a ação de "crime atroz". O grupo afirmou que o crime tem como objetivo "sabotar a estabilidade e a união nacional e só beneficia os inimigos do Líbano" e pediu que os libaneses atuem com "racionalidade e sabedoria para enfrentar as ameaças que pesam sobre o país", e que as forças de segurança e a justiça "aumentem seus esforços para encontrar os responsáveis".

Fonte: Terra
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