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Oriente Médio

Polêmica sobre serviço militar pode derrubar governo de Israel

27 mai 2013 - 12h04
(atualizado às 12h19)
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Ex-apresentador de TV, Yair Lapid lidera partido que compõe governo
Ex-apresentador de TV, Yair Lapid lidera partido que compõe governo
Foto: AP

O ministro isralense de Finanças, Yair Lapid, líder do principal parceiro na coalizão do governo de Israel, ameaçou nesta segunda-feira derrubar o Executivo se o alistamento do serviço militar não for universalizado.

"Quero ser muito claro sobre a repartição equatativa da obrigação: ou há equidade ou o governo virá abaixo", declarou Lapid em reunião de seu partido, o Yesh Atid, segunda força política de Israel.

Lapid, um ex-jornalista que centrou sua campanha eleitoral no apoio à classe média e à extensão do serviço militar (ou uma prestação de substituição) aos coletivos isentos (judeus ultra-ortodoxos e árabes de Israel), insistiu na seriedade de sua ameaça.

"Quem pensa que eu entrei na política somente para resolver a catástrofe econômica deixada pelo governo anterior, não entende o que fazemos aqui", disse em referência aos cortes e altas de impostos aprovados recentemente e que afundaram sua popularidade.

As declarações acontecem depois que o ministro de Defesa, Moshe Yaalon (do partido direitista Likud, majoritário na coalizão do governo) comentou, de madrugada e no último momento, sobre um possível acordo para o alistamento dos jovens ultra-ortodoxos.

Em reunião da comissão ministerial encarregada do caso, Yaalon se negou a aceitar um dos artigos mais importantes, o da "obrigatoriedade" do serviço, e exigiu que o recrutamento destes jovens a partir de 2016 seja feito pelo titular da Defesa.

A proposta estabelece a "universalidade" do serviço militar (ou do prestação de substituição), com a única exceção de 1,8 mil alunos, que seriam declarados "estudantes prodígios" do Torá e seguiriam sua formação rabínica em centros acadêmicos religiosos.

O presidente da Comissão, o ministro de Ciência e ex-chefe do serviço secreto Shabak, Yacov Pery (também de Yesh Atid), se reunirá hoje com Yaalon para tentar encontrar uma fórmula que respeite o princípio de "obrigatoriedade" do serviço, que em casos normais começa aos 18 anos, mas que para os ultra-ortodoxos seria adiado até os 21.

Tanto Yesh Atid, como Yisrael Beiteinu e Habait Hayehudi, todos eles na coalizão liderada pelo primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, dedicaram grande importância em suas campanhas à repartição equitativa do alistamento.

O recrutamento dos ultra-ortodoxos, que desfrutam de isenção automática desde 1948, o ano da fundação do Estado de Israel, foi um dos assuntos mais polêmicos nas eleições de janeiro, na qual vários partidos exigiram pôr fim a uma situação que consideram discriminatória.

Todos os israelenses são chamados para prestar o serviço militar (36 meses os homens e 24 as mulheres), salvo os ultra-ortodoxos e os chamados árabes de Israel, que estão isentos.

No caso desta última comunidade, de 1,6 milhões de habitantes e que vive entre sua identidade nacional palestina e sua cidadania israelense, foi outro dos assuntos mais polêmicos da reunião de ontem à noite, porque o partido ultranacionalista Yisrael Beiteinu exigiu incluir uma proposta de "serviço civil" obrigatório para eles.

Na sessão, os ministros também não chegaram a um acordo sobre se serão responsabilizados "juridicamente" os diretores dos centros rabínicos cujos estudantes não acodem às fileiras.A lei que a comissão estuda afeta cerca de 8 mil jovens ultra-ortodoxos e propõe que pelo menos 3,2 mil prestem serviço militar e outros 2 mil algum tipo de serviço social.

Às isenções dos "estudantes prodígio" da Torá se somariam ao redor de outros mil que costumam ficar de fora por razões médicas ou psicológicas.

O alistamento foi requerido pela Corte Suprema israelense no ano passado, quando declarou "discriminatória" a lei de isenções de 2002 e obrigou o governo a formular outra.

EFE   
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