Paz só é possível se apoio a "terroristas" cessar, diz Assad
Presidente sírio questionou o apoio dado por países estrangeiros aos rebeldes sírios durante encontro com enviado da ONU
O presidente sírio, Bashar al-Assad, disse nesta quarta-feira ao enviado da Organização das Nações Unidas Lakhdar Brahimi que as negociações para dar fim à guerra civil na Síria seriam bem-sucedidas somente se as potências estrangeiras interromperem a ajuda aos rebeldes que lutam pela sua derrubada. Brahimi está em Damasco para reunir-se com autoridades sírias, em um esforço para angariar apoio às vacilantes negociações de paz.
De acordo com a televisão estatal síria, Assad disse a Brahimi que "o sucesso de qualquer solução política está amarrada à interrupção do apoio a grupos terroristas e à pressão sobre seus países patronos". O governo de Assad chama a oposição armada de terroristas.
"Este assunto é o passo mais importante para propiciar as circunstâncias adequadas para o diálogo e elaborar mecanismos claros para conseguir os objetivos desejados", disse o presidente, segundo a emissora.
Assad acrescentou que o povo sírio é o único que pode desenhar seu futuro, e que qualquer solução que seja alcançada ou acordada deve gozar de uma ampla aceitação no povo e refletir suas aspirações longe de qualquer ingerência estrangeira.
As negociações de Genebra II, provisoriamente planejadas para 23 de novembro, tem como objetivo dar início a um processo político que leve ao fim da guerra civil, na qual mais de 100 mil pessoas foram mortas.
Brahimi, por sua parte, disse ao líder sírio durante a viagem internacional que está realizando contatos para obter apoios para a conferência de paz de Genebra II, prevista para novembro. O enviado especial da ONU e da Liga Árabe afirmou durante o encontro com Assad que seus esforços se centram em facilitar os meios para que os sírios participem da reunião, se for acordada uma solução pacífica o mais rápido possível e uma visão preliminar sobre o futuro da Síria.
Anteriormente, o enviado irritou a oposição ao dizer que o Irã, maior apoiador de Assad em meio à guerra, deveria estar em Genebra. Os rebeldes e a oposição política dizem que qualquer negociação deveria ter como princípio a remoção de Assad.
Assad e o Irã, no entanto, dizem que somente compareceriam a negociações que não colocassem condições prévias. Assad disse que "somente o povo sírio está autorizado a moldar o futuro da Síria".
Mohammad Riza Shebani, embaixador iraniano na Síria, disse nesta quarta-feira a repórteres em Damasco que o Irã está pronto para comparecer à reunião em Genebra. "Claro, todo mundo conhece os esforços do Irã para ajudar uma solução política para a crise na Síria. A ausência do Irã nessa reunião não beneficia a reunião", disse ele.
Enquanto isso, o principal grupo opositor, a Coalizão Nacional Síria (CNFROS), se mantém reticente e adotará uma decisão definitiva no final da próxima semana. Alguns grupos armados de tendência islamita consideram que comparecer a Genebra II equivale a uma traição.
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Com informações das agências EFE e Reuters