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Oriente Médio

Partido quer proibir alusão negativa à criação de Israel

14 mai 2009 - 14h23
(atualizado às 14h42)
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O partido ultradireitista Yisrael Beiteinu, que faz parte do atual governo israelense, apresentará um projeto de emenda de lei para proibir no país qualquer evento relacionado à Nakba, ocasião em que os palestinos lembram a criação de Israel em 1948 como sendo uma "catástrofe".

A lei proposta pelo partido do ministro de Assuntos Exteriores israelense, Avigdor Lieberman, procura erradicar qualquer demonstração de identificação, solidariedade ou lembrança do episódio histórico que mais marcou a vida dos palestinos.

"Queremos uma emenda para a lei de 1949, para que o nascimento de Israel não seja lembrado por nenhum cidadão como um dia de luto", disse à agência EFE Tal Nahum, porta-voz do partido.

A lei de 1949 estabelece o dia da criação de Israel como feriado, comemorado segundo o calendário judaico.

A palavra Nakba é usada pelos palestinos para se referir às consequências da criação de Israel para eles, ou seja, a perda de lares e terras, além do exílio forçado de quase 700 mil pessoas - hoje, são quatro milhões de refugiados.

"Propomos três anos de prisão para qualquer pessoa que lembre com luto o dia em que Israel nasceu", acrescentou o porta-voz.

A proposta de emenda será submetida à Comissão de Assuntos Legislativos do Governo israelense no próximo dia 24. Caso seja aprovada, passará ao Parlamento.

Se a lei passar no Legislativo israelense, afetaria principalmente os 1,2 milhão de palestinos que vivem dentro do território reconhecido de Israel e que são comumente conhecidos como árabes-israelenses.

A legislação também poderia ser aplicada à ínfima minoria de israelenses judeus da esquerda anti-sionista que lembram a Nakba como uma ocasião trágica.

A emenda não teria nenhum efeito para os habitantes da Cisjordânia e da Faixa de Gaza, onde a lei israelense não é válida, mas sim para os de Jerusalém Oriental, que não poderiam lembrar a Nakba.

Tradicionalmente, a Nakba palestina ocorrer em 15 de maio, um dia depois de Israel ter declarado sua independência em 1948.

O Yisrael Beiteinu assegura que a emenda procura "dissipar" as divisões internas da sociedade israelense.

As polêmicas propostas deste partido para que os palestinos jurem lealdade ao Estado judeu já foram tachadas de racistas em diversas ocasiões.

EFE   
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