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Distúrbios no Mundo Árabe

Parlamento britânico derrota Cameron e vota contra intervenção na Síria

29 ago 2013 - 18h44
(atualizado em 4/12/2013 às 15h46)
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<p>David Cameron discursa na Câmara dos Comuns: derrota da proposta intervencionista do governo</p>
David Cameron discursa na Câmara dos Comuns: derrota da proposta intervencionista do governo
Foto: UK Parliament via Reuters TV / Reuters
Parlamento britânico rejeita intervir militarmente na Síria:

A Câmara dos Comuns (deputados) do Reino Unido rejeitou nesta quinta-feira a proposta preliminar do governo do premiê David Cameron que abriria caminho para uma ação militar na Síria. A moção do governo a favor da ação militar na Síria foi derrotada nos Comuns (deputados) por 285 votos contra e 272 a favor após mais de sete horas de deliberação.

"Ficou claro para mim que o Parlamento britânico não quer ver uma ação militar britânica (na Síria). Eu compreendo isso, e agirei de modo a respeitar esta decisão", disse Cameron logo após o anúncio do resultado, acatando o voto dos colegas.

A votação, que não esgota o assunto em Londres e ainda terá novas rodadas de negociação, representa no entanto uma pesada derrota para Cameron, um dos principais defensores de uma intervenção militar no país do presidente Bashar al-Assad. A rejeição não veio apenas da oposição, mas também da própria coalizão governamental conservadora-liberal, que conta com 359 dos 650 assentos da Câmara dos Comuns.

Peso de 2003 e decepção americana

A Câmara dos Comuns se reuniu de urgência para discutir o texto do governo que abria a porta ao uso da força se ficasse comprovada a responsabilidade do regime sírio no ataque, que causou centenas de mortes, segundo a oposição síria. No debate, houve muitas referências à invasão do Iraque em 2003, que terminou com a queda de Saddam Hussein, mas sem que houvesse provas da existência de armas de destruição em massa que serviram de justificativa para uma ação dada pelo então primeiro-ministro Tony Blair.

Cameron admitiu que não está convencido de que o regime Assad foi responsável pelo ataque químico de 21 de agosto, mas reconheceu que "não há 100% de certeza". "Não há 100% de certeza sobre quem é o responsável" do ataque de 21 de agosto, disse.

Falando após a votação ao programa Newsnight, da rede BBC, o secretário de Defesa britânico, Philip Hammond, endossou que o país não participará de qualquer ação militar contra a Síria.

"Eu esperava que pudéssemos manter o argumento, mas entendemos que há um poço profundo de suspeita sobre o envolvimento no Oriente Médio", disse Hammond. Os Estados Unidos, um aliado-chave, ficarão desapontados com o fato de que a Grã-Bretanha "não se envolverá", acrescentou ele. Mas disse: "Eu não espero que a falta de participação britânica evitará qualquer intervenção."

Com informações de AFP e Reuters.

Fonte: Terra
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