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Oriente Médio

Parlamentar é ferido em confronto de manifestantes no Iêmen

15 fev 2011 - 11h17
(atualizado às 11h32)
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Centenas de manifestantes da oposição e do governo entraram em choque nesta terça-feira na capital do Iêmen, em meio a uma onda de protestos alimentada pela rebelião no Egito.

Cerca de mil manifestantes faziam uma passeata pela rua que leva ao palácio presidencial, mas foram bloqueados pela tropa de choque da polícia, segundo um repórter da Reuters. Dispersando-se por ruas laterais, os oposicionistas foram confrontados por seguidores do governo, e ambos os lados se agrediram com paus e pedras.

A polícia conseguiu apartar a briga, mas quatro manifestantes antigoverno ficaram feridos, dois deles com sangramentos na cabeça, segundo o repórter da Reuters. Três ambulâncias escoltaram a passeata desde o início, num sinal de que já havia previsão de confrontos.

Alguns governistas agrediram um parlamentar que participava do protesto, segundo um repórter da Reuters. Ahmed Seif Hashid acusou o partido governista de ter contratado pessoas para intimidar os manifestantes.

"Alguns deles tentaram me apunhalar pelas costas. Os ataques aqui continuam acontecendo, eles querem ocupar os lugares usados para os protestos", afirmou o deputado.

"Fora, Ali, fora, e leve seus filhos com você!", gritavam os manifestantes, referindo-se ao presidente Ali Abdullah Saleh, um importante aliado dos EUA na luta contra a Al Qaeda.

Saleh governa o Iêmen há 32 anos, e muitos preveem que ele irá transferir o poder a um dos seus filhos ¿ algo que o governante nega.

Nos primeiros protestos no Iêmen, semanas atrás, havia apelos por reformas dentro do atual governo. Depois da rebelião egípcia, no entanto, o alvo passou a ser o próprio Saleh.

Mas analistas duvidam que o Iêmen possa ter uma revolução como a egípcia, que derrubou o ditador Hosni Mubarak em 18 dias. No Iêmen, onde metade da população tem armas e há fortes sentimentos tribais, poderia haver mais violência e um conflito mais prolongado.

Dezenas de milhares de pessoas têm participado dos protestos no país, um dos mais pobres da Península Arábica, e a partir de sexta-feira a situação começou a ficar violenta, com confrontos envolvendo grupos rivais e eventualmente a polícia.

Diante dos protestos, Saleh já fez várias concessões, como a promessa de deixar o poder em 2013 e um convite de diálogo com a oposição.

Além da repressão política, os iemenitas se queixam também das condições econômicas. Cerca de 40 por cento dos 23 milhões de habitantes do país vivem com menos de 2 dólares por dia, e um terço passa fome cronicamente.

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