PUBLICIDADE

Oriente Médio

Para grupo opositor sírio resolução da ONU contém "empecilhos políticos"

19 dez 2015 - 14h28
Compartilhar
Exibir comentários

A Coalizão Nacional Síria (CNFROS), principal grupo político opositor, afirmou neste sábado que a resolução aprovada pelo Conselho de Segurança da ONU, que deu ontem sinal verde para um roteiro de solução ao conflito, contém "vários empecilhos políticos".

Em comunicado, o vice-presidente da CNFROS, Nagam Gadri, assinalou que esses obstáculos podem acabar com o que foi estipulado na conferência realizada pela oposição há uma semana em Riad, "incluída a formação de um governo transitório com poderes e características da delegação negociadora" dos opositores.

Dias 9 e 10 de dezembro mais de cem membros da oposição síria se reuniram na Arábia Saudita, onde decidiram apoiar o início das negociações com representantes do governo de Damasco, com a mediação da ONU.

Gadri lembrou que nessa conferência dos opositores foram estabelecdos alguns princípios, como "a necessidade de (Bashar) Al- Assad sair, a preservação das instituições do Estado e a reforma do exército e dos corpos de segurança".

Na opinião de Gadri, a resolução da ONU não aborda assuntos fundamentais como "as milícias terroristas que lutam junto do regime de Assad, nem as forças estrangeiras presentes em solo sírio, incluídas as tropas russas".

Além disso, destacou que o texto do Conselho de Segurança abre a porta para a continuidade dos bombardeios da força aérea da Síria e da Rússia em partes do território sírio.

Já o secretário-geral da CNFROS, Anas al Abde, lembrou que apesar da resolução 2.254, aprovada ontem, refletir o consenso internacional de um marco geral para uma solução política na Síria "ainda há áreas de desacordo e disputa entre os países implicados".

Ele deu como exemplo a falta de acordo sobre o futuro de Assad na etapa transitória.

"Não é estranho que tenha havido um consenso sobre a resolução porque este texto se baseia em textos antigos estipulados pela Rússia e pelos Estados Unidos", indicou.

Ontem, o Conselho de Segurança da ONU apoiou o roteiro pactuado pelas potências mundiais para pôr fim à guerra na Síria, com a aprovação da primeira resolução deste tipo desde o começo do conflito, em 2011.

O texto, adotado por unanimidade, prevê a convocação "urgente" de negociações entre o governo sírio e a oposição, que poderia ser no "começo de janeiro", e determina um prazo de seis meses para que as duas partes estabeleçam um Executivo de transição e de 18 meses para a realização de eleições.

EFE   
Compartilhar
Publicidade
Publicidade