Palestinos querem um Estado sem a paz, diz Netanyahu na ONU
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, subiu ao pódio do plenário das Nações Unidas (ONU) momentos após o discurso do presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas, para falar sobre o pedido de reconhecimento do Estado palestino. Ele afirmou que os palestinos "querem um Estado sem a paz" e convocou Abbas para retomar as negociações. "Vamos nos reunir hoje, aqui nas Nações Unidas. O que nos impede?"
Netanyahu abriu seu discurso dizendo que Israel estende a mão para seus vizinhos árabes e, em especial, estende a mão para o povo palestino com o "qual procura uma justa e duradoura paz".
Netanyahu disse que a paz entre israelenses e palestinos não pode ser alcançada através de resoluções da ONU, mas apenas através negociações diretas ancoradas na segurança - mesmo argumento usado pelo presidente americano, Barack Obama, na abertura da Assembleia Geral na terça-feira. "Os palestinos querem um Estado sem a paz", afirmou.
O premiê israelense disse que os palestinos devem primeiro alcançar a paz com Israel antes de se tornarem um Estado. "Quando os palestinos aceitarem a paz, nós não seremos os últimos a reconhecer, nós seremos os primeiros".
Ele informou que voltou a propor nesta sexta-feira a retomada das negociações sem pré-condições, mas que não recebeu qualquer resposta de Abbas. "Nós temos que parar de negociar sobre as negociações". E voltou a convocar o presidente da ANP, Mahmoud Abbas, a um encontro. "Vamos nos reunir em Ramallah (na Cisjordânia). Ou melhor, agora que estamos na mesma cidade, no mesmo prédio. Vamos nos reunir hoje, aqui nas Nações Unidas", propôs Netanyahu. "O que nos impede?"
Netanyahu afirmou que Israel fez propostas abrangentes para a paz que foram recusadas pelos palestinos. Ele disse que os críticos pressionam Israel para fazer concessões sem se preocupar com a segurança do povo israelense.
Ele disse que a raiz do conflito não são os assentamentos israelenses em territórios palestinos, como Abbas afirmou, mas o fato dos palestinos se recusarem a reconhecer o Estado judeu.
O premiê lembrou os conflitos militares no Líbano, em 2000, e em Gaza, em 2005, iniciados em represália a ataques palestinos. Ele questionou o plenário da ONU se a aprovação do Estado palestino impediria a realização de novos ataques ao território israelense e reafirmou que Israel deve manter a presença militar na Cisjordânia, mesmo após a criação de um Estado palestino.