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Oriente Médio

Palestinos manifestam apoio a Abbas, que busca adesão à ONU

21 set 2011 - 12h13
(atualizado às 12h43)
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Palestinos acenando bandeiras lotaram as praças de algumas das principais cidades da Cisjordânia nesta quarta-feira para apoiar o pedido do presidente Mahmoud Abbas pelo reconhecimento como Estado na Organização das Nações Unidas, apesar das objeções dos EUA e de Israel.

"Estamos pedindo o mais básico dos direitos, um Estado como todas as outras nações", disse Sabrina Hussein, de 50 anos, que segurava a bandeira nacional palestina em verde, vermelho, preto e branco, em uma manifestação em Ramallah.

A Autoridade Palestina de Abbas, que exerce auto-governança limitada na Cisjordânia ocupada por Israel sob acordos interinos feitos em 1990, deu a crianças e funcionários públicos um dia de feriado para participar de eventos em Ramallah, Belém, Nablus e Hebron.

Uma grande cadeira azul, simbolizando o assento na ONU, e bandeiras palestinas gigantes nos prédios criaram o pano de fundo para a manifestação em Ramallah, onde algumas milhares de pessoas se reuniram.

Os principais locais para manifestações estavam distantes dos postos de controle militares de Israel, nos arredores da cidade e as manifestações eram pacíficas, algo prometido pelos líderes palestinos.

Ainda nesta quarta-feira em Nova York, o presidente norte-americano, Barack Obama, deve se reunir com Abbas para pedir que ele desista dos planos de pedir o reconhecimento do Conselho de Segurança como um Estado palestino. Washington afirma que a condição de Estado deve ser atingida por meio de negociações de paz.

Abbas já disse que apresentará ao secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, um pedido pela condição de membro na sexta-feira. A medida requer a aprovação do Conselho de Segurança e os EUA, um dos cinco membros permanentes com poder de veto, afirma que bloqueará a aprovação.

A promessa de Washington de veto ao pedido acrescentou uma profunda decepção palestina com relação a Obama. Os palestinos têm criticado há muito tempo aquilo que eles consideram ser o apoio integral de Washington a Israel às suas custas.

"Os americanos falam de direitos humanos. Eles apoiam o Sudão do Sul. Porque eles não nos apoiam?", disse Tamer Milham, engenheiro de informática, de 26 anos, referindo-se ao novo Estado do Sudão do Sul que foi aprovado como membro das Nações Unidas em julho.

Os diálogos de paz mediados pelos EUA fracassaram um ano atrás quando o premiê israelense, Benjamin Netanyahu, se recusou a estender uma moratória de 10 meses para a construção de assentamentos judaicos nas áreas que os palestinos querem incluir em seu Estado.

Netanyahu disse que o pedido palestino para suspender a construção de residências era uma pré-condição inaceitável e pediu para que Abbas retornasse às negociações.

O líder israelense deve se reunir com Obama, com quem tem um relacionamento desgastado, ainda nesta quarta-feira nos bastidores da Assembleia Geral da ONU.

Os palestinos esperam criar um Estado na Cisjordânia, em Jerusalém Oriental e na Faixa de Gaza, territórios capturados na guerra árabe-israelense em 1967.

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