Palestinos entram nas Colinas de Golã e Israel responde com tiros
15 mai2011 - 08h32
(atualizado às 14h07)
Compartilhar
Centenas de palestinos provenientes da Síria atravessaram neste domingo a fronteira do país com as Colinas de Golã, ocupadas por Israel desde 1967, o que provocou a reação armada das forças de segurança israelenses no local, deixando dois manifestantes procedentes da Síria morreram e quatro ficaram gravemente feridos, informaram as emissoras locais de televisão.
Entre 100 e 200 manifestantes entraram na zona sob controle israelense, apesar dos tiros de advertência para o ar e depois nas pernas, segundo a imprensa israelense. Este é o incidente mais grave em várias décadas nesta área geralmente calma desde o acordo de cessar-fogo entre Israel e Síria assinado em 1974. O governo da Síria denunciou como "criminosas" as ações de Israel e Golan e no sul do Líbano e afirmou que o Estado hebreu terá que assumir a responsabilidade.
As autoridades de Israel enviaram centenas de policiais à divisa entre a Síria e as Colinas de Golã - território sírio ocupado por Israel desde 1967 - onde houve confrontos entre militares israelenses e manifestantes palestinos, que tentavam atravessar a fronteira. O Distrito Norte da Polícia enviou reforços ao planalto para apoiar as forças de segurança no controle dos distúrbios, informou o serviço de notícias israelense Ynet.
Testemunhas citadas pela rádio pública israelense mencionaram a presença de helicópteros de combate israelenses e disseram também que havia fumaça no local. A imprensa israelense informa que o incidente começou quando centenas de pessoas, supostamente refugiados palestinos residentes na Síria, cruzaram em dois pontos a cerca que divide o território sírio com as Colinas do Golã.
Essas pessoas teriam se reunido para uma manifestação por ocasião do Dia da Nakba (Catástrofe), quando os palestinos lembram o exílio e o trauma que representou para eles a criação do Estado de Israel em 1948. Moradores de Majdal Shams afirmam que centenas de pessoas conseguiram entrar em território controlado por Israel, embora outras digam que só algumas dezenas o fizeram, informa a edição digital do jornal "Haaretz".
Milhares de manifestantes se reuniram na linha de cessar-fogo para o 63º aniversário da "Nakba" (catástrofe), como o mundo árabe chama a criação do Estado de Israel em 1948 e o consequente êxodo de palestinos. Entre 100 e 200 manifestantes entraram na zona sob controle israelense, apesar dos tiros de advertência para o ar e depois nas pernas, segundo a imprensa israelense.
Centenas de milhares de pessoas realizam manifestações neste domingo em Israel, na Faixa de Gaza, na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental, além de países vizinhos como Síria, Egito, Líbano e Jordânia, para exigir o direito de retorno dos refugiados palestinos e o fim da ocupação israelense.
Com informações de agências internacionais.
Cidadãos sírios exibem bandeiras palestinas próximo a uma estátua na vila drusa de Majdal Shams, nas Colinas de Golã
Foto: Nir Elias / Reuters
Soldados israelenses montam guarda enquanto manifestantes Sírios se aproximam da fronteira entre Síria e Israel próximo a Majdal Shams, nas Colinas de Golã
Foto: Avihu Shapira / Reuters
Na fronteira entre Síria e Israel, próximo à vila drusa de Majdal Shams, nas Colinas de Golã, manifestantes sírios atiram pedras em soldados israelenses
Foto: Avihu Shapira / Reuters
Em manifesto para marcar a "Nakba", quando cerca de 700 mil palestinos foram expulsos de suas casas para a fundação de Israel em 1948, palestinos protestam próximo à Passagem de Erez, entre Israel e a Faixa de Gaza
Foto: Suhaib Salem / Reuters
Um membro da segurança do Hamas impede alguns manifestantes de alcançar a Passagem de Erez, entre Israel e a Faixa de Gaza
Foto: Suhaib Salem / Reuters
Palestinos carregam um manifestante ferido a tiros pela polícia israelense, que faz a guarda da fronteira. Cerca de 45 manifestantes foram feridos pelos disparos
Foto: Suhaib Salem / Reuters
Segundo a rádio militar israelense, os soldados receberam ordens estritas para proibir a entrada no território de Israel, e atiraram primeiro para o alto e depois nas pernas dos manifestantes
Foto: Suhaib Salem / Reuters
Soldados israelenses e a polícia de fronteira detêm manifestante palestino durante confrontos que marcaram a "Nakba" na Vila de Wallaje, próximo a Belém
Foto: Ammar Awad / Reuters
Policiais israelenses detêm manifestante palestino suspeito de atirar pedras contra a polícia durante confronto na Jerusalém oriental, em Issawiya
Foto: Baz Ratner / Reuters
No dia anterior à "Nakba", soldados israelenses acompanhavam um confronto entre manifestantes palestinos que atiravam pedras e forças militares de Israel em Qalandiya, próximo a Ramala, sede do Governo da Autoridade Nacional Palestina (ANP)
Foto: Mohamad Torokman / Reuters
O clima foi tenso no sábado na Jerusalém oriental, onde palestinos prepararam para o domingo o luto à criação de Israel, em 1948
Foto: Ammar Awad / Reuters
Uma multidão carregou o corpo de Milad Ayyash, um adolescente palestino morto a tiros em protesto em Jerusalém
Foto: Ammar Awad / Reuters
Manifestante palestino foge de zona de conflito em Ramallah
Foto: Reuters
Ferido, palestino se protege de tiros durante a manifestação
Foto: Reuters
Manifestante ameaça soldados israelenses com pedras na fronteira entre Líbano e Israel
Foto: Reuters
Policial israelense detêm manifestante palestino durante confrontos no campo de refugiados de Shuafat, na Cisjordânia
Foto: Reuters
Policiais israelenses detêm manifestante em meio aos confrontos
Foto: Reuters
Foto: Terra
Soldados israelenses consertam a cerca na fronteira com a Síria, em Majdal Shams, nas Colinas de Golã
Foto: Reuters
Militares israelenses fazem guarda na fronteira com a Síria, no vilarejo de Majdal Shams
Foto: Reuters
Homens atiram para o alto no enterro de um libanês morto nos conflitos, em Ain el-Helweh, no Líbano
Foto: AFP
Palestinos carregam um "caixão" durante enterro simbólico para lembrar as vítimas, em Ramallah, na Cisjordânia