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Oriente Médio

Palestina responsabiliza Israel por impasse nas negociações de paz

30 nov 2011 - 00h20
(atualizado às 01h06)
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O embaixador da Palestina para a Argentina e o Uruguai, Walid Muaqqad, responsabilizou Israel nesta terça-feira pela falta de avanços nas negociações de paz, em resposta ao pedido do secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, de um novo esforço das partes para relançar as conversas.

As opiniões de Muaqqad foram pronunciadas nesta terça-feira em Montevidéu durante a celebração do Dia Internacional da Solidariedade com os Palestinos no Clube Libanês da capital uruguaia.

O diplomata considerou o discurso feito nesta terça-feira por Ban em Washington como "encorajador". "A ONU exerce um papel muito importante em resguardar a paz e também em ajudar o povo palestino para que possa sobreviver em todas as circunstâncias difíceis que está atravessando".

No entanto, Muaqqad advertiu que o problema não está nas Nações Unidas, "o problema está nos países que estão dentro das Nações Unidas", uma aparente referência aos Estados Unidos e outros aliados de Israel no organismo.

O representante palestino responsabilizou o Estado judaico "direta e exclusivamente" pela escassez de resultados no processo de paz. Para ele, o impasse é culpa "da intransigência israelense em descumprir todos os acordos assinados desde Oslo até o momento e sua decisão de seguir construindo assentamentos na Cisjordânia e Jerusalém Oriental".

Muaqqad lembrou que, em 1947, "decidiu-se sem consulta prévia a partilha da Palestina em dois Estados, do qual surgiu apenas um, o Estado de Israel, ficando postergado até nossos dias a criação de um Estado palestino independente e soberano". Em sua opinião, "negar todos esses direitos durante 63 anos constitui um crime de guerra e contra a humanidade".

O embaixador criticou Israel por "continuar arrebatando as terras dos palestinos para seguir criando colônias que nenhum país reconhece como reais" e denunciou que "a colonização já atinge o escandaloso número de 500 mil colonos ilegais".

Ele disse, no entanto, valorizar altamente a posição do Quarteto para o Oriente Médio, integrado pela ONU, União Europeia, Estados Unidos e Rússia, "por defender que as negociações deveriam dirigir a um acordo negociado entre as partes em um prazo de 24 meses, pondo fim à ocupação que começou em 1967".

Além disso, aproveitou seu discurso para agradecer à América Latina e à União de Nações Sul-Americanas (Unasul) pelos reconhecimentos outorgados à Palestina como Estado e expressou sua gratidão pelos votos latino-americanos que permitiram aos palestinos integrar a Unesco.

Em declarações à agência EFE depois do evento, Muaqqad informou que o ministro das Relações Exteriores palestino, Riyad al-Maliki, chegará a Montevidéu no dia 20 de dezembro para participar da assinatura de um acordo comercial entre Palestina e Mercosul.

Será quando da realização de uma nova cúpula semestral do bloco composto por Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai, país que ostenta atualmente a Presidência do grupo.

EFE   
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