Pai de jovem paquistanesa baleada pelo Talibã agradece apoio
Ziauddin Yousafzai, pai de Malala, a jovem paquistanesa que foi atacada pelo Talibã por lutar pelos direitos das mulheres, agradeceu o apoio à filha. Em um vídeo enviado ao The Guardian, Ziauddin agradece a todos que condenam a tentativa de assassinato e rezam por sua saúde. Ele também saúda todos que, assim como sua filha, apoiam a causa da paz, da educação, da liberdade de pensamento de expressão.
"Malala está se recuperando bem, e pede que eu os conte como ela se sente inspirada e tocada pelos milhares de cartões, mensagens e presente que ela recebeu" afirmou Ziauddin. "Ela quer que eu os conte como ela se sente grata", completou.
Ziauddin afirma que Malala e outras ativistas dos direitos humanos devem ser ouvidas, para que as próximas gerações tenham direitos básicos e que a luta de milhares e homens e mulheres nos últimos anos não tenha sido em vão. "Não podemos comprometer o futuro e prosperidade das próximas gerações".
O pai de Malala completa reafirmando a importância da educação, falando de um mundo interconectado e interdependente, onde "a educação é um direito, e não um privilégio".
Malala é conhecida no exterior por seu blog, hospedado no site da BBC, no qual denuncia os atos de violência cometidos pelos talibãs no Vale de Swat, onde chegaram a tomar o poder entre 2007 a 2009. No ano passado, a adolescente recebeu o primeiro Prêmio Nacional da Paz criado pelo governo paquistanês e foi indicada ao prêmio internacional de Crianças para a Paz da fundação Kids Rights.
Malala foi ferida por tiros no dia 9 de outubro, em Mingora, a principal cidade do Vale de Swat (noroeste do Paquistão), por homens armados que pararam o ônibus escolar em que ela estava como punição por defender os direitos das mulheres à educação, em um ataque que revoltou o mundo.
O Talibã reivindicou a autoria do atentado contra Malala, mas tentou se justificar pelo ato condenado de forma unânime pelos Estados Unidos, França, organizações dos Direitos Humanos, governo e imprensa paquistaneses. "Malala foi alvo por seu papel pioneiro na defesa da laicidade e da chamada moderação", escreveu em um e-mail enviado à AFP um porta-voz talibã.
Malala atualmente passa por tratamento médico no Reino Unido, depois de ter sido encaminhada para o Hospital Queen Elizabeth, em Birmingham, no centro da Inglaterra.