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Ásia

Otan aprova 1º projeto de missão no Afeganistão a partir de 2015

5 jun 2013 - 14h46
(atualizado às 14h58)
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Anders Fogh Rasmussen concede em entrevista coletiva ao final de uma reunião dos ministros da Defesa da Aliança Atlântica
Anders Fogh Rasmussen concede em entrevista coletiva ao final de uma reunião dos ministros da Defesa da Aliança Atlântica
Foto: AP

A Otan deu um novo passo nesta quarta-feira para a preparação da missão de instrução e apoio às forças afegãs que iniciará em 2015, quando sua missão de combate Isaf tiver terminado, com a aprovação do chamado "conceito de operações".

"O Afeganistão não ficará sozinho. A comunidade internacional se comprometeu a apoiar o Afeganistão nos próximos anos", afirmou o secretário-geral da Otan, Anders Fogh Rasmussen, em entrevista coletiva ao final de uma reunião dos ministros da Defesa da Aliança Atlântica.

Rasmussen lembrou que a Otan já está há meses preparando o início da operação, que começará em um ano e meio. Em outubro já foi acordado, por exemplo, o marco do plano da missão.

"Hoje demos mais um passo. Acabamos de aprovar o conceito detalhado de nossa missão de não combate no Afeganistão", que servirá de "guia para nossos analistas militares enquanto finalizam o plano" da operação nos próximos meses, explicou.

Segundo o "conceito de operações", o enfoque será regional, com bases em Cabul e no norte, sul, leste e oeste do país, e a operação estará centrada nos preparativos das instituições nacionais, como as forças de segurança ou os níveis de comando.

Assim, em princípio, a Otan deixaria de treinar soldados e enfocaria os níveis superiores.

"Obviamente nos asseguraremos de que nossos treinadores estejam bem protegidos e possam realizar suas atividades em um ambiente de segurança", acrescentou.

Segundo Rasmussen, a nova missão será "significativamente menor" que a Isaf, e seu objetivo será "formar, assessorar e auxiliar" as forças de segurança afegãs a partir de 2015.

O político dinamarquês admitiu que ainda não se decidiu quanto ao número de soldados que a nova missão, batizada "Apoio Decidido", terá.

No entanto, fontes diplomáticas afirmam que poderia reunir entre 8 mil e 12 mil militares, contrastando com os aproximadamente 100 mil que estão no local atualmente.

Em qualquer caso, se mostrou confiante em que se conseguirão "contribuições suficientes" para seu início completo.

O secretário americano de Defesa, Chuck Hagel, confirmou em entrevista coletiva ao final da reunião dos ministros que seu país se comprometeu a ser "o maior contribuinte único" dessa missão, assim como a ser a nação líder no leste e o sul, tradicionalmente as zonas mais conflituosas.

Hagel também agradeceu pelos "compromissos de outros países", como Itália e Alemanha, para assumir o comando no oeste e no norte, assim como as "indicações" da Turquia de manter a liderança em Cabul (centro).

Sobre o acordo bilateral de segurança que os Estados Unidos planejam fechar com Cabul sobre a imunidade de suas forças, Rasmussen se mostrou confiante de que finalmente será aprovado.

As autoridades afegãs "são conscientes" de que sem esse pacto prévio não serão enviados os componentes da nova missão.

Em relação às contribuições, o ministro espanhol, Pedro Morenés, disse à imprensa que a Espanha se ofereceu a apresentar a nova operação a entre 200 e 300 militares e a seguir mantendo a gestão e segurança do aeroporto de Herat (oeste do país) e do hospital Role 2, trabalhos atualmente feitos pelas tropas espanholas.

O fim da missão de combate da Otan está previsto para o fim de 2014, quando se espera que termine a transferência da totalidade da segurança do país às forças afegãs.

Rasmussen se mostrou confiante em que esse passo crie um ambiente de segurança "essencial" para a estabilidade econômica, e destacou ainda que a segurança só será "um ladoda moeda".

"Outra igualmente importante é a governança, a confiança entre o povo e o governo afegãos", disse, e destacou que para construí-la é necessário lutar contra a corrupção e garantir o total respeito dos direitos humanos, especialmente os das mulheres.

"Todos esses elementos são essenciais para a paz e estabilidade a longo prazo", declarou Rasmussen, que espera que o governo afegão cumpra com suas obrigações, assim como a comunidade internacional se comprometeu a continuar ajudando o Afeganistão.

"O compromisso é uma via de mão dupla", disse.

EFE   
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