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Oriente Médio

Opositores sírios elogiam suspensão do embargo de armas da UE

28 mai 2013 - 11h55
(atualizado às 12h04)
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Opositores sírios deram nesta terça-feira as boas-vindas à futura suspensão do embargo de armas da União Europeia (UE), que ontem à noite foi estipulado por seus países membros e que permitirá o envio de armamentos à oposição a partir de agosto para sua luta contra o regime.

Em entrevista à Agência Efe, o porta-voz do comando do Exército Livre Sírio (ELS), Qasem Saadedin, elogiou essa decisão e disse que ela deveria ter sido tomada "há meses".

"Esperamos que seja um passo efetivo e sério, e não se limite só a um anúncio", declarou Saadedin, que prometeu que "as armas recebidas da UE não vão chegar aonde não devem chegar".

Frente às reivindicações dos insurgentes para receber armamentos do exterior para combater as forças do presidente sírio, Bashar al Assad, os países ocidentais se mostraram reticentes nos últimos meses quanto à possibilidade de que essas armas caiam nas mãos de extremistas.

Fortemente dividida, a União Europeia permitiu ontem à noite que seus países membros armem a oposição síria, embora todos tenham se comprometido a não fazê-lo antes de agosto, a fim de dar uma oportunidade às conversas de paz que se preparam em Genebra.

Perante a falta de um acordo unânime para estender o embargo europeu à Síria, este expirará no próximo dia 31, quando vencia a última prorrogação adotada há três meses.

O porta-voz do ELS se comprometeu a documentar com vídeos o lançamento de cada um dos mísseis recebidos, assim como a devolver as armas que não forem usadas quando acabar a guerra.

"Precisamos de mísseis antiaéreos e antitanques", afirmou Saadedin, que garantiu ter listas completas de todas as brigadas do ELS e de suas respectivas armas.

Por sua vez, o integrante da Coalizão Nacional Síria (CNFROS), principal aliança de grupos opositores, Abdel Basit Seida, destacou à Efe que a suspensão do embargo é "muito importante" e tem um "sentido simbólico", já que demonstra que "a comunidade internacional começou a tomar uma postura séria e firme".

Por outro lado, Seida - que foi ex-presidente do opositor Conselho Nacional Sírio (CNS) - criticou a postura da Rússia, que "protagoniza uma guerra midiática e nunca parou de fornecer armas ao regime".

Moscou disse hoje que os mísseis antiaéreos S-300 que fornece ao regime de Bashar al Assad são um fator de contenção contra uma possível ingerência externa no país árabe.

"Consideramos que tais passos são em grande medida um fator de contenção para impedir que algumas cabeças quentes deem a este conflito (...) um caráter internacional com participação de forças externas", afirmou Sergei Riabkov, vice-ministro das Relações Exteriores, citado pelas agências russas.

A Rússia alega que seu armamento não desestabiliza a situação no país árabe nem altera o equilíbrio estratégico no Oriente Médio, e põe em dúvida que suas armas tenham sido utilizadas para reprimir os opositores de Assad.

EFE   
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