Oposição tolerada por Damasco aceita unir forças após contatos com a Rússia
Dois grupos da oposição tolerada pelo regime sírio decidiram unificar suas forças para encontrar uma saída política ao conflito, depois de se reunir esta semana com representantes russos em Moscou, informou nesta quarta-feira o Conselho de Coordenação Nacional ("CNN").
Em comunicado, o "CNN", principal organização da oposição política dentro da Síria, explicou que uma delegação sua se reuniu na segunda-feira com responsáveis do Ministério de Relações Exteriores russo.
No dia seguinte fez o mesmo o líder da opositora Frente Popular para a Mudança e a Libertação (FPCL), Qadri Jamil.
Após estes contatos, membros de ambas organizações opositoras tiveram um encontro ontem no qual decidiram "unificar suas forças para trazer uma solução política através de uma conferência das forças da oposição para alcançar uma solução única sobre a aplicação do Comunicado de Genebra", indica o texto.
Dito documento foi aprovado em junho de 2012 na cidade suíça pelas potências internacionais e prevê, entre outras medidas, a criação de um governo com representantes do regime de Damasco e a oposição para achar uma saída à disputa na Síria, que já dura mais de quatro anos.
O "CNN" acrescentou que ambos grupos concordaram que "o terrorismo é um perigo que deve ser erradicado de todas as formas possíveis, em paralelo à busca de uma solução política, que acabe com o autoritarismo que é a fonte do terrorismo".
Também ressaltaram "a importância do papel russo no estabelecimento dos passos necessários para construir a confiança para uma saída política", como um cessar-fogo, uma anistia geral e a entrada de ajuda humanitária a áreas cercadas.
Ambas organizações destacaram, além disso, a influência e o papel do Egito "para persuadir alguns Estados árabes, que não são sérios no trabalho para uma solução política".
A Rússia é um dos principais aliados do regime de Bashar al Assad e desde o final de setembro desenvolve uma campanha de bombardeios no território sírio.
Moscou negou hoje que esteja preparando um documento com propostas para uma regulação sobre a guerra na Síria antes da reunião ministerial que será realizada em Viena no final desta semana.
