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Oriente Médio

Oposição síria pede reunião urgente e intervenção estrangeira

12 mar 2012 - 12h53
(atualizado às 13h47)
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O Conselho Nacional Sírio (CNS) pediu nesta segunda-feira que seja realizada uma reunião urgente do Conselho de Segurança da ONU para obter apoios e promover a intervenção estrangeira na Síria, após o recente massacre de crianças e mulheres em Homs.

Imagem sem data distribuída pelo jornal Sunday Times exibe a jornalista Marie Colvin na Praça Tahrir, no Cairo. A experiente correspondente internacional americana morreu nesta quarta-feira em um bombardeio na cidade síria de Homs. O fotógrafo francês Rémi Ochlik também morreu na Síria nesta quarta
Imagem sem data distribuída pelo jornal Sunday Times exibe a jornalista Marie Colvin na Praça Tahrir, no Cairo. A experiente correspondente internacional americana morreu nesta quarta-feira em um bombardeio na cidade síria de Homs. O fotógrafo francês Rémi Ochlik também morreu na Síria nesta quarta
Foto: Sunday Times / AP

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O membro da executiva do CNS, Mulhim Al Drubi, disse à agência EFE que sua coalizão solicita essa reunião e uma intervenção, inclusive militar, "para frear estes massacres".

"O povo sírio perdeu a paciência e quer uma intervenção militar imediata", afirmou Al Drubi, que também é o responsável de Relações Internacionais da Irmandade Muçulmana síria.

Em comunicado divulgado depois da descoberta de 45 corpos no bairro de Karm el Zaitoun, o CNS pediu à Liga Árabe e à ONU que exijam do Conselho de Segurança a adoção de "medidas necessárias para acabar com as operações de genocídio".

O principal órgão político da oposição síria destacou a importância de "uma intervenção urgente e crucial que permita frear a utilização das ferramentas de morte e destruição por parte do regime".

A nota indica que o CNS iniciou "os contatos necessários com os Estados amigos do povo sírio" com o objetivo de convocar a reunião e conseguir uma intervenção para proteger os civis, além de solicitar que o povo sírio seja equipado com todos os meios para permitir que se defenda.

O órgão opositor denunciou que após este último massacre e depois que o regime do presidente sírio, Bashar Al Assad, cometeu crimes similares em outros bairros de Homs, o destino dos responsáveis sírios é "o Tribunal Penal Internacional, como criminosos de guerra".

"Todos os países do mundo estão convocados a tomar a posição que sua responsabilidade política e ética requer, apoiando o povo sírio e interrompendo os massacres", conclui o texto.

Damasco de Assad desafia oposição, Primavera e Ocidente

Após derrubar os governos de Tunísia e Egito e de sobreviver a uma guerra na Líbia, a Primavera Árabe vive na Síria um de seus episódios mais complexos. Foi em meados do primeiro semestre de 2011 que sírios começaram a sair às ruas para pedir reformas políticas e mesmo a renúncia do presidente Bashar al-Assad, mas, aos poucos, os protestos começaram a ser desafiados por uma repressão crescente que coloca em xeque tanto o governo de Damasco como a própria situação da oposição da Síria.

A partir junho de 2011, a situação síria, mais sinuosa e fechada que as de Tunísia e Egito, começou a ficar exposta. Crise de refugiados na Turquia e ataques às embaixadas dos EUA e França em Damasco expandiram a repercussão e o tom das críticas do Ocidente. Em agosto a situação mudou de perspectiva e, após a Turquia tomar posição, os vizinhos romperam o silêncio. A Liga Árabe, principal representação das nações árabes, manifestou-se sobre a crise e posteriormente decidiu pela suspensão da Síria do grupo, aumentando ainda mais a pressão ocidental, ancorada pela ONU.

Mas Damasco resiste. Observadores árabes foram enviados ao país para investigar o massacre de opositores, sem surtir grandes efeitos. No início de fevereiro de 2012, quando completavam-se 30 anos do massacre de Hama, as forças de Assad iniciaram uma investida contra Homs, reduto da oposição. Pouco depois, a ONU preparou um plano que negociava a saída pacífica de Assad, mas Rússia e China vetaram a resolução, frustrando qualquer chance de intervenção, que já era complicada. Uma ONG ligada à oposição estima que pelo menos 8,5 mil pessoas já tenham morrido, número superior aos 7,5 mil calculados pela ONU.

EFE   
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