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Oriente Médio

Oposição síria, em busca de credibilidade, pede ação militar

29 ago 2013 - 10h40
(atualizado às 10h42)
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O chefe da oposição síria, Ahmad al-Jarba, recebido nesta quinta-feira pelo presidente francês François Hollande, declarou estar convencido de que uma "punição" internacional seria infligida a Damasco, mas não obteve um compromisso claro sobre a entrega de armas.

Em um contexto de tensão dominado pela possibilidade de uma intervenção militar internacional na Síria, o líder do principal grupo de oposição sírio foi recebido por um pouco menos de uma hora em Paris.

Em entrevista ao jornal Le Parisien, ele afirmou que a comunidade internacional tomará uma "decisão corajosa" se intervir na Síria contra o regime de Bashar al-Assad, acusado de matar centenas de civis em um ataque com armas químicas em 21 de agosto, nas proximidades de Damasco.

"Que ele seja atingido e que este regime desapareça", disse al-Jarba, lamentando a passividade daqueles que apoiam a oposição.

"Não duvidamos de sua sinceridade, mas faz dois anos que esperamos e não fizeram nada para nós", indicou.

No final do seu encontro com Hollande, o líder da oposição, no entanto, expressou confiança de que uma "punição seria imposta a este criminoso e a sua máquina de morte".

O embaixador na França da Coalizão Nacional síria, Monzer Makhous, estimou por sua vez que a França "tomou as decisões apropriadas."

Mas o chefe de Estado francês, que havia anunciado terça-feira um amento do "apoio militar" da França à oposição síria, evitou se comprometer com o envio de armas.

Hollande ressaltou que a comunidade internacional deve parar com "a escalada de violência" na Síria e assegurou seu apoio.

"A França enviará todo apoio político, como fazemos há meses, mas também ajuda humanitária, material" à Coalizão, disse.

Os países europeus, que retiraram em maio seu embargo sobre as armas fornecidas aos rebeldes sírios, continuam reticentes quanto ao envio de armas pesadas, temendo que caiam nas mãos de jihadistas.

A credibilidade política e militar da Coalizão Nacional síria é uma das principais preocupações dos ocidentais, preocupados com as divisões e rivalidades que continuam a minar esta organização.

Em menos de um ano, a Coalizão mudou várias vezes de chefes, minando a confiança dos países ocidentais que a apoiam.

"Há diferentes grupos na oposição", reconhece Muhammad Hussein al-Haj Ali, ex-general do Exército sírio que desertou e, agosto de 2012. E "infelizmente, não conseguimos unificar todos os oficiais que desertaram", acrescentou nesta quinta em uma entrevista à AFP.

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
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