Oposição síria diz que regime restringe missão da ONU
A Coalizão Nacional Síria (CNFROS) denunciou nesta terça-feira que o regime de Damasco restringe os avanços da missão da ONU encarregada de investigar o possível uso de armas químicas no país, o que afetará o resultado do estudo.
Em comunicado, o principal grupo da oposição pediu aos especialistas, que chegaram a Damasco há dois dias, que visitem todos os lugares nos quais o regime de Bashar al Assad teria utilizado os armamentos, especialmente nas áreas controladas pelos rebeldes.
A CNFROS reiterou seu compromisso de cooperar e facilitar o trabalho do grupo de analistas e insistiu que visitar as regiões que estão sob o domínio de Assad "não é suficiente".
Os opositores também expressaram sua confiança "na imparcialidade e no profissionalismo da equipe da ONU", mas advertiram que as autoridades de Damasco são conhecidas pela "manipulação e pela fraude".
A missão da ONU conseguiu entrar na Síria no dia 18 de agosto, após atrasar várias vezes a visita por problemas logísticos.
A equipe de Ake Sellström, antigo inspetor de armas químicas da ONU no Iraque, estava pronta desde abril, mas sua chegada foi adiada por desacordos entre a organização internacional e o governo sírio.
O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, anunciou na quarta-feira passada um acordo com Damasco para que uma missão independente averiguasse três possíveis casos de uso de armas químicas.
Tanto o regime de Damasco como os rebeldes sírios se acusaram, reciprocamente, de utilizar armas químicas.
Um dos lugares ao qual os investigadores irão será a cidade de Jan al Asal, na província de Aleppo, onde, segundo o regime, 26 pessoas morreram em março em um suposto ataque com substâncias químicas feito por rebeldes.
A Síria é um dos sete países que não assinou a Convenção sobre Armas Químicas de 1997.