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Oriente Médio

Oposição síria: só 6% dos bombardeios russos foram contra EI

23 nov 2015 - 13h56
(atualizado às 14h31)
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Foto: Getty Images

O líder da Coalizão Nacional Síria (CNFROS), Khaled Joya, principal grupo de oposição no país, afirmou nesta segunda-feira que apenas 6% dos bombardeiros da Rússia em território sírio foram dirigidos contra o Estado Islâmico (EI).

Em entrevista coletiva, Joya afirmou que pelo menos 2.977 pessoas morreram pelos ataques aéreos russos, das quais 550 eram civis.

A Rússia, aliada do regime do presidente sírio Bashar al Assad, iniciou no dia 30 de setembro uma campanha de bombardeios no país contra posições do EI e outras "organizações terroristas".

No entanto, Joya destacou que a maior parte dos mortos é civil ou membro do Exército Livre Sírio (ELS), grupo moderado ligado à CNFROS, a principal aliança de oposição do país.

"Não ouvimos dizer que (os bombardeios) tenham tido como alvo os dirigentes do EI", disse Joya.

O líder da oposição denunciou, além disso, que a Força Aérea da Rússia usou armas proibidas internacionalmente, como bombas de fragmentação e de fósforo.

Por outro lado, Joya pediu à Frente al Nusra, filial síria da Al Qaeda, para que se desvincule da organização terrorista. O líder da Al Qaeda, Ayman al-Zawahiri, designou a Frente como ramo do grupo no país há dois anos.

Foto: Getty Images

"No último mês o mundo foi pego de surpresa por atos terroristas na Turquia, no Líbano, na França e no Mali, esse último reivindicado pela Al Qaeda. Renovo meu convite à Frente al Nusra para que rompa sua relação com a Al Qaeda", afirmou Joya, pedindo que todos os grupos rebeldes retornem à essência da revolução de 2011.

Joya também confirmou a participação de seu grupo na conferência marcada para o próximo mês na Arábia Saudita, ainda sem data confirmada, para unificar a oposição síria.

"Há uma coordenação com todas as facções da oposição para o sucesso da conferência. Esperamos que os resultados que saiam dela acelerem uma solução política para o conflito", destacou.

Sobre a questão, Joya reiterou a exigência da CNFROS que o presidente da Síria, Bashar al Assad, não desempenhe um papel no processo de transição política. E também ressaltou a necessidade da aplicação do Comunicado de Genebra, estipulado em junho de 2012 pelas potências internacionais.

Esse documento determina, entre outras medidas, a criação de um governo interino na Síria com representantes do regime e da oposição.

Por fim, Joya revelou que o primeiro-ministro do governo provisório da oposição, Ahmed Toma, apresentou sua renúncia após o pedido de vários grupos armados, embora, por enquanto, a CNFROS não decidiu se irá aceitá-la ou não.

EFE   
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