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Oriente Médio

Oposição síria denuncia 650 mortes em ataque químico

21 ago 2013 - 09h16
(atualizado às 09h19)
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Mais de 650 pessoas morreram nesta quarta-feira em um ataque com armas químicas executado pelo exército sírio nos arredores de Damasco, denunciou a oposição, que pediu uma reunião do Conselho de Segurança da ONU para tratar do que classificou de chacina.

O regime de Damasco e o exército negaram categoricamente a denúncia feita no Twitter da oposição síria.

"As alegações de uso de armas químicas pelo exército sírio em áreas da província de Damasco são nulas, vazias e totalmente infundadas", afirmou o exército em uma declaração lida por um oficial na televisão estatal.

Pouco depois, o Reino Unido reagiu afirmando que vai levar ao Conselho de Segurança da ONU as alegações da oposição síria sobre o uso de armas químicas por parte do regime.

O ministro das Relações Exteriores, William Hague, disse estar profundamente preocupado com as informações da oposição sobre a morte de centenas de pessoas.

O presidente francês, François Hollande, também vai pedir que a ONU envie seus inspetores à área do ataque para verificar se houve uso de neurotóxicos contra a população síria, segundo a porta-voz do governo, Najat Vallaud-Belkacem.

O chefe da oposição síria igualmente exigiu uma reunião urgente do Conselho.

"Peço ao Conselho de Segurança da ONU que realize uma reunião urgente para assumir suas responsabilidades ante esta matança", afirmou Ahmad Jarba ao canal Al-Arabiya.

O Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH), ONG ligada à rebelião, indicou incialmente que o bombardeio havia provocado pelo menos 100 mortes.

Segundo as fontes da oposição, centenas de pessoas morreram ao inalar gás e ficar expostas às armas químicas.

"As informações sobre o uso de armas químicas em Ghuta são totalmente falsas", assegurou a agência estatal Sana, num momento em que uma missão de inspetores da ONU visita o país precisamente para investigar o uso de armas químicas.

O jornal sírio Al Watan afirmou que o regime se comprometeu em cooperar e facilitar o trabalho da equipe da ONU, que iniciou sua missão na terça-feira.

A Liga Árabe pediu aos inspetores que visitem de imediato o local onde supostamente aconteceu o ataque químico.

Os Comitês de Coordenação Local (LCC), uma rede de militantes, também informaram sobre centenas de vítimas devido ao "uso brutal de gases tóxicos pelo regime criminoso em partes de Ghuta Ocidental".

Em vídeos postados no YouTube, outro grupo ativista, a Comissão Geral da Revolução Síria, mostra o que classifica de "terrível matança cometida pelsa forças do regime com gases tóxicos".

Em um vídeo, é possível ver crianças recebendo os primeiros socorros em um hospital de campanha, especialmente oxigênio para ajudá-los a respirar. Médicos aparecem tentando ressucistar crianças inconscientes que não mostram ferimentos visíveis.

A autenticidade dos vídeos não pôde ser comprovada até o momento.

A equipe de inspetores de armas químicas da ONU iniciou seus trabalhos na Síria na segunda-feira.

O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, pediu na ocasião um acesso livre aos locais que são alvo de acusações para estabelecer os fatos de maneira confiável.

"Assim poderão ser feitas as análises necessárias e recolher amostras. Também serão feitas entrevistas com testemunhas, vítimas e pessoal médico, assim como realização de necropsias", acrescentou.

A equipe da ONU está integrada por uma dúzia de inspetores e é dirigida pelo sueco Aake Sellström.

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
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