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Oriente Médio

Oposição síria adverte que não luta mais contra Assad, mas contra o Irã

8 jun 2013 - 16h40
(atualizado às 16h59)
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A oposição síria, através de seus principais dirigentes políticos e militares, declarou neste sábado que o inimigo que está combatendo já não é o regime de Bashar al Assad, mas o do Irã, em aliança com a milícia xiita libanesa Hezbollah.

"Nós já não estamos lutando contra Assad, mas contra seus amos do Irã", disse o dirigente do Conselho Militar Sírio, o general Selim Idris, em entrevista coletiva em Istambul em que participou via videoconferência.

"Digo ao mundo que os milicianos do Hezbollah e do Irã estão em toda Síria, e a aviação síria ataca os feridos que fogem de Al Qusair em busca de tratamento médico", denunciou, em alusão à cidade tomada esta semana por tropas governamentais.

"Continuaremos lutando até derrubar o regime criminoso, o partido do diabo e o regime dos mulás", prometeu Idris, em referência ao Hezbollah (que significa "Partido de Deus") e ao governo iraniano.

George Sabra, presidente da Coalizão Nacional Síria (CNFROS), que reúne a maior parte dos grupos de oposição síria, também denunciou a recente tomada da cidade de Al Qusayr por tropas governamentais como "resultados diretos do que o Hezbollah faz na Síria".

"O regime sírio caiu e a prova de isso é que combatemos o Irã e o partido do diabo", disse Sabra.

O líder considerou, no entanto, que a milícia e as tropas do regime "receberam uma dura lição, por a cidade resistir 45 dias ou mais", e descartou que o sucesso do grupo governamental se repita em outras regiões.

O representante classificou como "guerra aberta e invasão" a presença de milicianos libaneses na Síria, supostamente apoiados pelo Irã, e pediu aos países árabes "reativarem o pacto de defesa comum", enquanto responsabilizou o governo libanês pelas atividades do Hezbollah.

Perguntado sobre a possível participação da CNFROS na Conferência de Genebra II, na qual se buscaria uma saída negociada para o conflito, Sabra afirmou que o organismo "decidiu de maneira preliminar participar, mas as atuais circunstâncias fecham a porta para qualquer conferência e solução política".

"Agora estamos mais ocupados em curar as feridas do que em pensar nisso", reforçou, denunciando ainda que não tinham recebido mais que promessas, e parte delas, descumprida.

Idris, por sua vez, foi mais claro em suas exigências: "Pedimos à comunidade internacional que nos forneça armas e munição para enfrentarmos o regime", concluiu.

EFE   
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