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Oriente Médio

ONU: Síria terá novos massacres sectários se guerra não acabar

29 mai 2013 - 08h04
(atualizado às 09h12)
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A alta comissária da ONU para os Direitos Humanos, Navi Pillay, disse nesta quarta-feira que haverá mais massacres e mais deslocamentos maciços de população na Síria por razões sectárias se a guerra civil se prolongar.

"Se a situação atual persistir ou se deteriorar ainda mais, ocorrerão mais massacres sectários. A incitação à violência por motivos religiosos ou étnicos, assim como a participação de cada vez mais combatentes estrangeiros são sinais premonitórios de mais violência", sustentou.

Pillay inaugurou uma sessão de emergência do Conselho de Direitos Humanos da ONU convocada para exigir que o regime sírio retire o cerco sobre a cidade de Al-Qusair. O assédio a essa cidade provocou a morte de centenas de pessoas. Além disso, milhares de moradores estão sem água, alimentos, eletricidade e medicamentos.

O sítio começou no ano passado, mas se intensificou nos últimos meses com uma intervenção militar das forças governamentais e suas milícias aliadas para recuperar seu controle, que tinha caído nas mãos de grupos opositores. Al-Qusair é considerado por sua localização geográfica um lugar estratégico para ambos os grupos.

"As forças do governo e suas milícias filiadas realizaram atos de castigo coletivo contra a população civil que acredita-se que simpatize com a oposição", indicou Pillay.

No entanto, a alta comissária também enfatizou que o desprezo na Síria pelos princípios mais básicos do direito internacional não se limita ao governo e que "muitos grupos armados opositores lançaram operações militares dentro de áreas povoadas por civis". Ela denunciou que "alguns desses grupos executam prisioneiros das forças pró-governo e suas milícias", e também são responsáveis de cada vez mais "sequestros de civis, assassinatos e ameaças de represálias contra a população que se percebe como partidária do governo".

Em seu discurso perante o Conselho de Direitos Humanos, a alta comissária pediu para todos transmitirem uma mensagem inequívoca de que "este conflito não deve ser estimulado com armas, munição, política ou religião". Também pediu aos países que influem em alguma das duas partes do conflito que os façam entender "claramente que estão unidos e não tolerarão mais massacres".

Rússia e China exercem uma clara influência sobre o regime de Bashar al-Assad, enquanto os Estados Unidos, certos países árabes - principalmente Turquia e Catar - assim como alguns europeus, fazem no campo rebelde.

EFE   
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