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Oriente Médio

ONU inicia conversas de paz no Iêmen; aviões sauditas bombardeiam capital

15 jun 2015 - 14h11
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O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Ban Ki-moon, deu início nesta segunda-feira, em Genebra, a conversas de paz no Iêmen com um pedido de trégua humanitária, mas aviões de guerra de uma coalizão árabe liderada pela Arábia Saudita atacaram a capital Sanaa, controlada pelo grupo rebelde houthi.

Guarda passa por casas de houthis destruídas em ataque aéreo de coalizão saudita em Sanna, no Iêmen. 15/06/2015
Guarda passa por casas de houthis destruídas em ataque aéreo de coalizão saudita em Sanna, no Iêmen. 15/06/2015
Foto: Khaled Abdullah / Reuters

Mais de 2.600 pessoas foram mortas desde que a coalizão iniciou suas operações militares em março para impedir a milícia houthi, que tem apoio do Irã, de chegar a Áden e para proteger o presidente iemenita, Abd-Rabbu Mansour Hadi, à época entrincheirado na cidade do sul e hoje exilado na Arábia Saudita.

Ban disse que a trégua, convocada para marcar o início do mês muçulmano do Ramadã no final da semana, deveria durar pelo menos duas semanas para permitir o envio de suprimentos urgentes ao país. “Hoje a própria existência do Iêmen está em jogo. Enquanto as partes discutem, o Iêmen pega fogo”, disse ele a repórteres.

O ministro iemenita das Relações Exteriores, Reyad Yassin Abdulla, descartou a possibilidade de uma interrupção nos combates no futuro imediato. “Um cessar-fogo para quê? Se eles ainda estão ocupando o Iêmen, ainda estão matando inocentes, se eles ainda estão destruindo tudo, que tipo de cessar-fogo?”, indagou Abdulla aos jornalistas em Genebra.

Mas ele afirmou que seu governo exilado pode cogitar uma trégua “limitada” se os houthis concordarem em se retirar das cidades, entre elas Áden e Taiz, e libertar mais de 6 mil prisioneiros.

Representantes do gabinete de Hadi estão na cidade suíça para as conversas, mas um avião com membros do grupo ansarullah, pertence aos houthis, e do partido Congresso Geral do Povo, do ex-presidente deposto Ali Abdullah Saleh, teve que pousar em Djibouti depois do que fontes políticas iemenitas disseram ter sido uma recusa do Egito de abrir seu espaço aéreo à aeronave, que mais tarde recebeu permissão de partir rumo a Genebra.

(Reportagem adicional de Mohammed Ghobari, em Sanaa, e Mohammed Mukhashaf, em Áden)

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