PUBLICIDADE

Oriente Médio

ONU impõe embargo de armas aos houthis no Iêmen; Rússia se abstém

14 abr 2015 - 20h18
(atualizado às 20h18)
Compartilhar
Exibir comentários

O Conselho de Segurança da ONU impôs nesta terça-feira um embargo de armas aos rebeldes houthis, que controlam grandes partes do Iêmen e são aliados ao Irã, e colocou em uma lista negra o filho do ex-presidente do país e um líder houthi, após a abstenção da Rússia na votação.

Militante houthi caminha em aeroporto de Sanaa, no Iêmen. 11/04/2015.
Militante houthi caminha em aeroporto de Sanaa, no Iêmen. 11/04/2015.
Foto: Khaled Abdullah / Reuters

O Conselho de Segurança adotou a resolução – escrita pela Jordânia, integrante do conselho, e Estados do Golfo Árabe – com 14 votos a favor, mas após semanas de negociações, a Rússia se absteve, afirmando que suas propostas não haviam sido incluídas.

“Os coproponentes se recusaram a incluir os requerimentos insistidos pela Rússia e que faziam referência a todos os lados do conflito para interromperem os disparos e darem início a negociações de paz”, disse o embaixador russo na ONU, Vitaly Churkin, ao conselho após a votação.

A Arábia Saudita começou a lançar ataques aéreos contra os houthis no Iêmen no mês passado, junto com uma coalizão formada sobretudo por Estados aliados do Golfo Árabe. Os Estados Unidos disseram na semana passada que estavam acelerando o envio de armas para abastecer a coalizão.

“Insistimos que o embargo armamentício precisa ser extenso; é amplamente conhecido que o Iêmen está repleto de armas”, acrescentou Churkin. “A adoção da resolução não deveria ser usada para uma maior escalada do conflito armado.”

O Comitê Revolucionário Supremo do Iêmen, liderado pelos houthis, condenou a resolução, dizendo que ela presta apoio a uma “agressão”.

A violência tem se espalhado pelo país da Península Arábica desde o ano passado, quando os houthis invadiram a capital Sanaa e expulsaram o presidente iemenita Abd-Rabbu Mansour Hadi, que fugiu para a Arábia Saudita.

O Conselho de Segurança da ONU impôs um congelamento global de ativos e uma proibição de viajar a Ahmed Saleh, um ex-diretor da Guarda Republicana do Iêmen, e a Abdulmalik al-Houthi, um dos principais líderes do grupo xiita houthi.

O pai de Saleh, o ex-presidente do Iêmen Ali Abdullah Saleh, e dois outros destacados líderes houthis, Abd al-Khaliq e Abdullah Yahya al Hakim, foram colocados na lista negra em dezembro. Soldados iemenitas leais ao ex-presidente têm lutado ao lado dos houthis.

A resolução impôs um embargo armamentício aos cinco homens e “àqueles agindo em seu nome ou sob suas ordens no Iêmen” – efetivamente todos os milicianos houthis e soldados leais a Saleh.

O conflito, embora tendo origem em rivalidades locais, tornou-se um confronto de intermediários entre a Arábia Saudita, controlada por sunitas, e o Irã predominantemente xiita.

A Arábia Saudita e outras potências acusam o Irã de armarem os houthis e interferirem nos assuntos iemenitas, mas Teerã nega fornecer apoio militar. O Irã pediu a formação de um novo governo no Iêmen e ofereceu auxílio para uma transição política.

A resolução do Conselho de Segurança exige que os houthis interrompam os confrontos e se retirem das áreas que haviam capturado, incluindo Sanaa. A medida expressou preocupação com as “ações desestabilizadoras” tomadas pelo ex-presidente Saleh, “incluindo o apoio aos houthis”.

A Rússia havia apresentado sua própria versão da resolução no início deste mês, exigindo “pausas regulares e humanitárias obrigatórias dos ataques aéreos”, de modo a permitir a retirada de estrangeiros.

Reuters Reuters - Esta publicação inclusive informação e dados são de propriedade intelectual de Reuters. Fica expresamente proibido seu uso ou de seu nome sem a prévia autorização de Reuters. Todos os direitos reservados.
Compartilhar
Publicidade
Publicidade