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Oriente Médio

ONU diz que conflito na Síria já deixou quase 70 mil mortos

12 fev 2013 - 16h58
(atualizado às 17h06)
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A alta comissária da ONU para os Direitos Humanos, Navi Pillay, afirmou nesta terça-feira que o número de mortos na Síria "já se aproxima" dos 70 mil e voltou a exigir que o caso seja levado perante o Tribunal Penal Internacional (TPI).

"A falta de consenso sobre a Síria (no Conselho de Segurança) foi desastrosa e os civis estão pagando o preço", advertiu Pillay durante um debate no principal órgão de decisão da ONU sobre conflitos armados e a proteção da população civil.

A alta comissária lembrou que em seu último discurso perante o Conselho, em janeiro, o número chegava a 60 mil e advertiu que "provavelmente agora se aproxime dos 70 mil", por isso que exigiu que o Conselho atue "imediatamente" e leve o caso sírio ao TPI.

"Seremos julgados por esta tragédia que está acontecendo perante nossos olhos", acrescentou Pillay.

A diplomata sul-africana insistiu perante os 15 membros do Conselho que levar o caso ao TPI enviaria um "mensagem clara" ao regime e à oposição síria de que ambos sofrerão as "consequências" por suas ações e disse que teria um "efeito preventivo significativo".

Apesar da mensagem da diplomata, os sírios continuam debatendo sobre uma proposta de diálogo lançada na semana passada por um líder opositor sírio ao regime de Bashar al Assad.

Ahmed Muaz al-Khatib, líder da Coalizão para as Forças da Revolução e a Oposição Síria (CNFROS), falou na quarta-feira sobre iniciar um diálogo direto com representantes do regime de Damasco, mas com condições.

Entre essas condições figuram a libertação de cerca 160 mil detidos e que as embaixadas sírias ofereçam passaportes novos aos refugiados e exilados que tenham fugido do país e perderam os documentos.

O Exército Livre Sírio (ELS) apoiou a proposta se o regime cumprir com essas condições, assim como a cessação do uso da aviação militar e de mísseis por parte do Exército e o retorno das tropas e os milicianos pró-governo aos quartéis.

No entanto, o Conselho Nacional Sírio (CNS), há dois anos o partido político mais importante da oposição, rejeitou o diálogo com Damasco enquanto Al-Assad e sua equipe seguirem no poder, segundo disse nesta terça seu presidente, George Sabra, em Istambul.

As palavras de Sabra evidenciam uma brecha entre o maior bloco da oposição, com boas relações com as milícias do Exército Livre da Síria, e a cúpula da Coalizão, fundada em novembro com apoio dos EUA e da qual o Conselho faz parte.

O conflito na Síria já deixou 60 mil pessoas mortas desde que começou em março de 2011 e o número de descolados já supera os dois milhões, segundo dados das Nações Unidas.

EFE   
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