ONU diz que Brahimi concorda em permanecer como mediador para crise síria
O mediador internacional para o conflito sírio, Lakhdar Brahimi, concordou em permanecer no cargo, apesar de sua frustração com o impasse internacional que evitou uma ação da ONU a fim de acabar com a guerra civil de dois anos naquele país, afirmou a organização nesta quinta-feira.
Uma disputa sobre a Síria entre Rússia, que apoia e fornece armas ao governo do presidente Bashar al-Assad, e os Estados Unidos, que apoiam os rebeldes e dizem que Assad deve deixar o poder, deixou o Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas paralisado.
Mas nos últimos dias a Rússia e os Estados Unidos concordaram em promover uma nova rodada de negociações de paz que reuniria representantes do governo de Assad e rebeldes na tentativa de buscar uma solução diplomática para a guerra na Síria.
"Estávamos esperando por isso há muito tempo", disse o vice-secretário-geral da ONU, Jan Eliasson, a repórteres.
"Duvidamos que uma vitória militar seja possível, especialmente dentro de um futuro próximo. Uma explosão de vingança poderia levar a uma situação ainda pior. Portanto, isso (iniciativa EUA-Rússia) é bem-vindo. É uma boa notícia."
Eliasson disse que não será fácil encerrar um conflito que, segundo a ONU, já matou pelo menos 70 mil pessoas, uma cifra que diplomatas da organização e autoridades dizem que está desatualizada e bem abaixo do provável número atual de vítimas.
Brahimi ameaçou renunciar repetidamente e chegou a dizer recentemente ao secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, e aos membros do Conselho de Segurança que queria deixar o cargo, porém todos tentaram convencê-lo a permanecer, disseram diplomatas.
(Reportagem de Louis Charbonneau)