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Oriente Médio

ONU discute iniciativas para a paz entre israelenses e palestinos

21 abr 2015 - 16h50
(atualizado às 16h50)
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Vários membros do Conselho de Segurança da ONU cobraram nesta terça-feira a aprovação de uma resolução que fixe os parâmetros de um novo processo de paz entre israelenses e palestinos, uma iniciativa que fracassou no final do ano passado e que ressurgiu agora após as eleições em Israel.

A França, que paralelamente aos países árabes liderou então as negociações, voltou à carga para que o principal órgão de decisão da ONU atue para assentar as novas bases que permitirão avançar rumo à solução do conflito.

"Tudo, no passado recente, demonstrou que é em vão esperar que Israel ou os palestinos possam retomar as negociações, e sobretudo concluí-las, se não houver uma mudança importante no método", defendeu hoje o embaixador francês, François Delattre, durante a reunião especial do Conselho de Segurança sobre o conflito palestino-israelense, quando também reivindicou que o órgão se coloque como "ator central".

"Não se trata de impor uma solução, mas de fixar o marco para a negociação. É responsabilidade do Conselho adotar uma resolução pactuada e equilibrada que fixe os parâmetros de um status final e um calendário para a negociação", disse Delattre.

Essa ideia, que a França já tentou promover sem sucesso no final do ano passado, conta com o claro apoio de outros membros europeus do Conselho, como Reino Unido e Espanha, que hoje reiteraram a necessidade de o organismo atuar.

"Estou convencido de que quem deve assumir a máxima responsabilidade nestes momentos críticos é exatamente este órgão, o Conselho de Segurança", assinalou o embaixador espanhol na ONU, Román Oyarzun, que defendeu que se concentrem em conseguir "um consenso" entre todos os membros para encontrar uma resolução.

Até agora, no entanto, o Conselho mostrou uma clara divisão sobre o conflito palestino-israelense, como ficou evidente em dezembro, quando a resolução apresentada pelos países árabes que pretendia pôr uma data limite para o fim da ocupação israelense foi votada.

O texto não alcançou o mínimo de votos necessários e foi rejeitado, entre outros, pelos Estados Unidos, o tradicional aliado de Israel no principal órgão de decisão das Nações Unidas.

A iniciativa mais moderada da França não chegou a ser votada, à espera de um ambiente mais favorável.

Delattre garantiu hoje que a França escutou naquele momento conselhos de "paciência" de vários membros e considera que agora, superadas as eleições em Israel, seja o momento de voltar ao assunto.

A embaixadora americana, Samantha Power, não falou especificamente sobre uma possível resolução, mas considerou "urgente" que palestinos e israelenses retomem o processo de paz e defendeu que a solução dos dois Estados é a única viável.

Nessa linha, o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, pediu ao futuro Executivo israelense que reafirme seu compromisso com essa via e dê "passos críveis" para a retomada das negociações de paz com os palestinos.

O ministro das Relações Exteriores da Jordânia, Nasser Judeh, que presidiu a reunião, ressaltou a importância de ser estabelecido um "marco temporal" para alcançarem a solução de dois Estados e cobrou que Israel deixe de dar "desculpas" para não avançar.

Já o embaixador israelense na ONU, Ron Prosor, defendeu que foram os líderes palestinos que não fizeram nada pela paz e atacou a comunidade internacional por se concentrar "de forma desproporcional no conflito, quando a atenção deveria estar nos terroristas e seus patrocinadores" que avançam no Oriente Médio.

A embaixadora adjunta da Palestina, Feda Abdelhady Nasser, voltou a pedir ao Conselho de Segurança que atue fixando um calendário para a paz.

"Há unanimidade sobre o fato de que a situação é insustentável e que é preciso chegar a uma solução o mais rápido possível. Com exceção de Israel, que se mantém intransigente e continua achando que é um estado que está acima da lei", acrescentou.

EFE   
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