PUBLICIDADE

Oriente Médio

ONU: cessar-fogo entre Israel e Síria corre risco por violência no Golã

12 jun 2013 - 16h31
(atualizado às 17h12)
Compartilhar
Exibir comentários

Um transbordamento da violência da guerra civil na Síria para as Colinas do Golã, ocupadas por Israel, está pondo em risco um cessar-fogo de décadas entre Israel e a Síria. Assim disse o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, em um relatório para o Conselho de Segurança da entidade nesta quarta-feira.

Ban recomendou ao conselho de 15 membros que as capacidades de autodefesa de uma missão de manutenção da paz da ONU na região, conhecida como UNDOF, fossem melhoradas, "inclusive aumentando a força do grupo para cerca de 1.250 e melhorando seu equipamento de autodefesa".

Israel capturou as Colinas do Golã da Síria na guerra de 1967. Soldados sírios não têm permissão de entrar em uma área de separação sob um cessar-fogo de 1973, formalizado em 1974. Israel e Síria ainda estão tecnicamente em guerra.

A UNDOF monitora uma área de separação entre as forças sírias e israelenses, uma estreita faixa de terra de 70 quilômetros do Monte Hermon, na fronteira libanesa, até o Rio Yarmouk, na fronteira com a Jordânia.

"As atividades militares em andamento na área de separação continuam a ter o potencial de escalonar as tensões entre Israel e a República Árabe Síria e de pôr em risco o cessar-fogo entre os dois países", disse Ban.

O Conselho de Segurança de 15 membros deve renovar ainda neste mês o mandato da UNDOF em seis meses. Ban recomendou que a força, que vem operando com 900 soldados, seja aumentada para seu tamanho autorizado de 1.250.

A missão de manutenção da paz foi está no meio do combate na área de separação das Colinas do Golã, local que estava calmo desde o cessar-fogo. Bombas e balas perdidas atingiram o lado controlado por Israel e tropas israelenses dispararam bombas contra a Síria, em resposta.

"A presença do (Exército sírio) e equipamento militar não autorizado na área de separação é uma grave violação do acordo de 1974 de desocupação entre as forças israelenses e sírias", disse Ban no relatório. "A retaliação (israelense) em toda a linha de cessar-fogo também é uma violação séria."

Na semana passada, dois soldados da força de paz ficaram feridos quando rebeldes sírios capturaram um posto de fronteira, mas foram então expulsos por tropas do governo, enquanto rebeldes também detiveram soldados da força da paz em várias ocasiões antes de liberá-los.

O Japão e a Croácia já retiraram soldados da UNDOF devido à violência, e a Áustria começou a trazer de volta para casa seu contingente de cerca de 380 soldados na quarta-feira, enquanto a Organização das Nações Unidas tentava encontrar urgentemente outro país para preencher o buraco.

Cerca de 170 soldados de Fiji devem ser enviados neste mês para substituir os croatas, disse a ONU.

Um diplomata ocidental sênior disse que Fiji também tinha oferecido enviar soldados adicionais e que as Filipinas, que já tem várias centenas de soldados na UNDOF, estudava enviar mais soldados depois do lobby de Ban sobre Manila.

A Rússia se ofereceu para substituir os soldados da Áustria, mas o acordo com Israel e a Síria impede membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU de tomarem parte da força.

Uma autoridade da ONU disse à Reuters que ofertas suficientes já tinham sido feitas por outros países para preencher o buraco deixado pela saída da Áustria.

Reuters Reuters - Esta publicação inclusive informação e dados são de propriedade intelectual de Reuters. Fica expresamente proibido seu uso ou de seu nome sem a prévia autorização de Reuters. Todos os direitos reservados.
Compartilhar
Publicidade
Publicidade