ONU calcula que conflito sírio deixa 5 mil mortos por mês
Uma média de 5 mil pessoas morre a cada mês na guerra que atinge a Síria desde março de 2011 e que provocou a pior crise de refugiados desde o genocídio em Ruanda (1994), afirmaram nesta terça-feira funcionários de alto escalão da ONU.
"O número extremamente elevado de mortes atualmente, de aproximadamente 5.000 por mês, demostra a drástica deterioração do conflito", afirmou o subsecretário geral da ONU para os Direitos Humanos, Ivan Simanovic, durante uma reunião sobre a guerra síria.
O Alto Comissário da ONU para os Refugiados, Antonio Guterres, e a chefe de operações humanitárias da ONU, Valerie Amos, convocaram o Conselho de Segurança a impulsionar uma ampla colaboração da comunidade internacional para aliviar a situação dos refugiados e dos sírios que permanecem no país.
Cerca de 1,8 milhão de pessoas se refugiaram nos países vizinhos da Síria, enquanto uma média de 6 mil cidadãos fogem do país todos os dias, afirmou Guterres. "Não vimos um fluxo de refugiados que se acelerasse em um ritmo tão chocante desde o genocídio em Ruanda, há quase 20 anos", sustentou Guterres. "Esta crise se prolongou muito mais do que se podia temer, com consequências humanitárias insuportáveis", explicou o chefe do ACNUR.
Já Amos disse que a comunidade internacional deve considerar a possibilidade de realizar operações fronteiriças a fim de fazer chegar ajuda à Síria.
O embaixador Sírio na ONU, Bashar Jaafari, colocou em xeque os números divulgados pelos funcionários da Nações Unidas, ao alegar que procedem de "fontes não profissionais".