ONG denuncia expansão de colônias em território palestino
Israel iniciou aproximadamente 600 construções em territórios palestinos nos seis meses primeiros de 2009, informou hoje a organização israelense Paz Agora.
Segundo o relatório semestral da ONG, as construções continuam normalmente nos chamados "blocos de assentamentos", as grandes colônias que Israel pretende incorporar a seu território em qualquer acordo de paz.
No entanto, foram percebidas mudanças nas construções em colônias isoladas e nos chamados protoassentamentos.
Nestes, as obras continuam, mas sem seguir os trâmites legais ou com base em projetos de urbanização aprovados há anos.
Segundo a Paz Agora, os colonos estão desempoeirando planos de urbanização de até duas décadas atrás para justificar a construção em localidades como Matiyahu, Kochav Hashachar e Maale Michmash.
De acordo com o relatório divulgado hoje, das 596 novas construções nos assentamentos, 35% estão sendo erguidas a leste do muro de levantado por Israel. As restantes estariam a oeste da barreira, em território sob controle israelense.
A ONG também constatou que aproximadamente cem estruturas começaram a ser construídas nos protoassentamentos.
Para a Autoridade Nacional Palestina (ANP), a recusa de Israel em deter a expansão dos assentamentos é "um desafio ao mundo".
"Trata-se de um autêntico desafio a todos os esforços da comunidade internacional, principalmente dos EUA, para relançar o processo de paz no Oriente Médio o mais rápido possível", disse, em nota, o porta-voz da ANP Nabil Abu Rudeine.
Rudeine pediu aos outros países que "obriguem Israel a deter toda atividade nas colônias", inclusive as construções baseadas no denominado "crescimento natural" da população, como exige o Mapa de Caminho, o plano de paz lançado em 2003 pelo Quarteto de Madri (Estados Unidos, União Europeia, ONU e Rússia). EFE O porta-voz revelou que o presidente da ANP, Mahmoud Abbas, enviou uma carta urgente à Casa Branca e a diversos órgãos internacionais para pedir mais pressão sobre o Governo do israelense Benjamin Netanyahu.