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Oriente Médio

ONG alerta para crise alimentar na segunda maior cidade da Síria

9 jul 2013 - 16h25
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A situação alimentar era muito difícil nesta terça-feira, véspera do jejum do Ramadã, nos bairros controlados pelo regime em Aleppo, segunda maior cidade do país, em razão do cerco imposto pelos rebeldes, indicou uma ONG.

"Grande parte dos alimentos não está mais disponível e o restante tornou-se escasso, provocando o aumento dos preços", explicou o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH).

De acordo com esta organização, os rebeldes cercam os bairros e o regime não tem sido capaz de romper o cerco para levar comida. A estrada entre Salamiyé (sul) e Aleppo está bloqueada e os rebeldes explodiram há poucos dias uma ponte em Ariha, a oeste de Aleppo, cortando o eixo que liga Latakia a Aleppo. Além disso, o aeroporto está fechado devido aos combates.

Os rebeldes entraram de surpresa em Aleppo há um ano, e desde então a cidade está dividida. Apesar de suas ofensivas, o Exército sírio nunca conseguiu expandir seu controle sobre o território.

Em Homs, no centro da Síria, o Exército tem usado tratores na tentativa de retirar os escombros que impedem o seu progresso.

Nos bairros controlados pelos insurgentes no coração da cidade, as pessoas feridas nos bombardeios morrem por falta de cuidados e de equipamentos médicos, lamentou o Observatório, que recebe informações de uma ampla rede de ativistas e médicos em todo o país.

"Por onze dias o Exército bombardeou continuamente a cidade. A situação humanitária, já crítica nas áreas rebeldes de Homs, se deteriorou seriamente", relatou à AFP o diretor do OSDH, Rami Abdel Rahman.

"Os rebeldes e civis feridos nos últimos dias morrem porque não há material médico para atendê-los", acrescentou, sem dar um número.

Há mais de um ano, o Exército ataca o bairro de Khaldiyé e a parte antiga de Homs.

As Forças Armadas lançaram um ataque no dia 29 de junho contra esta cidade batizada pelos ativistas como a "capital da revolução" contra o presidente Bashar al-Assad. O Exército recebeu recentemente o reforço do movimento libanês xiita Hezbollah.

Desde então, Khaldyié e a parte antiga da cidade sofrem bombardeios contínuos e são alvos de foguetes e de ataques aéreos.

"O escasso material médico que os rebeldes conseguiam fazer entrar nestes bairros passava por túneis. Eles foram destruídos pelos bombardeios. O que está acontecendo em Homs é uma violência total contra o direito humanitário internacional", afirmou Abdel Rahman.

Os ativistas confirmaram a escassez de material médico.

"Os médicos dos bairros atacados sofrem uma grave escassez porque a maior parte do material (...) foi utilizado depois dos intensos bombardeios. O número de feridos diários é muito maior que antes do ataque", contou um deles, Yazan.

No início da revolta, Homs, batizada como "capital da revolução" contra o presidente Bashar al-Assad, foi palco de grandes protestos exigindo mudanças. Agora, os rebeldes estão confinados a pequenas partes do centro da cidade, cobrindo uma área de apenas 2km², de acordo com o especialista Fabrice Balanche.

A ONU estima que mais de 2.500 civis estão bloqueados nos bairros atacados da cidade.

Mais de 100.000 pessoas morreram na Síria desde o início, há 27 meses, de uma revolta popular que se transformou em guerra civil. A maioria deles é civil, afirma o OSDH.

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
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