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Oriente Médio

Observadores da ONU sequestrados na Síria chegam à Jordânia

9 mar 2013 - 18h34
(atualizado às 19h23)
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O secretário geral da ONU, Ban Ki-moon, saudou neste sábado a libertação dos 21 observadores filipinos da ONU capturados na quarta-feira por rebeldes em uma aldeia do sul da Síria e que chegaram nesta noite na capital jordaniana. Em um comunicado, Ban manifestou o seu "reconhecimento a todos aqueles que contribuíram para esta libertação com toda segurança" e pediu que todos os sírios respeitem "a liberdade de circulação" do pessoas da ONU.

Os 21 filipinos foram entregues às autoridades jordanianas em sua chegada à fronteira no início da noite no quartel-general das Forças Armadas jordanianas em Amã. Vestidos com seu uniforme azul, eles aparentavam estar em bom estado de saúde, segundo um correspondente da AFP.

Na sexta-feira, uma primeira tentativa de retirar os observadores do povoado de Jamla fracassou devido a um bombardeio do Exército em um setor próximo que obrigou o comboio da ONU responsável pelo resgate a recuar. Mas, também na sexta, o regime estabeleceu com a ONU uma trégua para permitir a retirada dos 21 observadores da Força das Nações Unidas de Observação da Separação (FNUOD), encarregada desde 1974 do cessar-fogo entre Israel e Síria nas Colinas de Golã, ocupadas em grande parte pelo Estado hebreu.

A região de Jamla está situada a 1,5 quilômetro da linha de cessar-fogo. Trata-se do primeiro sequestro deste tipo desde o início do conflito na Síria, há quase dois anos. O grupo rebelde "Brigada dos Mártires de Yarmouk" reivindicou a captura dos observadores na quarta-feira nas Colinas de Golã. Os sequestradores, que inicialmente exigiam a retirada do Exército sírio da região, pediram depois o fim dos bombardeios para permitir a libertação dos observadores.

O responsável pelas operações para a manutenção de paz da ONU, Hervé Ladsous, disse na sexta-feira que esperava "um cessar-fogo de várias horas" para permitir a libertação dos observadores.

Na Síria, a violência, que deixou neste sábado 49 mortos, segundo um registro provisório, não perdeu intensidade, segundo o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH), que se baseia em uma vasta rede de militantes e fontes médicas civis e militares em todo o país. "Dez pessoas, incluindo três crianças e combatentes rebeldes, morreram em confrontos na cidade de Douma", no subúrbio nordeste de Damasco, segundo esta organização.

Combates também foram registrados nas cidade vizinhas de Zamalka e Aun Tarma, e nas imediações do campo de refugiados palestinos de Khan al-Chih e da cidade de Droucha, a oeste de Damasco. No leste do país, combatentes rebeldes tomaram na periferia de Deir Ezzor a base 113, que vinha sendo assediada há cerca de um mês, segundo o OSDH.

Em quase dois anos, o conflito, provocado por uma onda de contestação pacífica que se militarizou devido à repressão, deixou mais de 70 mil mortos, um milhão de refugiados e milhares de deslocados, segundo a ONU.

O ministro das Relações Exteriores russo, Serguei Lavrov, cujo país é um aliado do regime, mostrou-se convencido de que Assad não irá abandonar o poder e repetiu que Moscou não tem a intenção de pedir isso.

Ban Ki-moon se declarou favorável a discussões sobre uma eventual queixa contra Assad no Tribunal Penal Internacional (TPI), em uma entrevista à revista austríaca Profil que será divulgada na segunda-feira. Ele também alertou os países ocidentais para o perigo de fornecer armas aos rebeldes. "Se armas chegarem às partes em conflito, isso apenas prolongará o confronto", considerou.

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
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