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Oriente Médio

Obama tenta se aproximar de muçulmanos no Oriente e Europa

2 jun 2009 - 12h04
(atualizado às 12h14)
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O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, parte nesta terça de Washington para uma viagem pelo Oriente Médio e pela Europa, na qual se destaca um discurso de aproximação ao mundo muçulmano que o líder americano pronunciará no Cairo, na quinta-feira.

Nessa mensagem, que pronunciará na Universidade do Cairo, Obama deve expor como concebe a relação entre os EUA e os muçulmanos, muito prejudicada após a invasão ao Iraque.

Segundo a Casa Branca, nesse discurso, Obama "destacará seu compromisso pessoal com uma aproximação" baseada em seus interesses comuns e "um respeito mútuo".

Abordará "como EUA e as comunidades muçulmanas do mundo podem superar algumas das diferenças que os dividiram" e abordará "novas áreas de colaboração no futuro".

Obama também falará, segundo a Casa Branca, sobre o conflito israelense-palestino e o extremismo violento, mas o porta-voz da Presidência dos EUA, Robert Gibbs, teve cuidado em ressaltar que - apesar do desejado nos países árabes - o presidente não oferecerá um plano de paz propriamente dito para o Oriente Médio.

O presidente americano "deve mostrar às audiências muçulmanas quantas coisas compartilhamos e como, apesar de nossas diferenças, devemos embarcar juntos em uma viagem para a justiça no Oriente Médio", segundo Jon Alterman, do Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais (CSIS).

O discurso no Cairo representa o cumprimento pelo governante americano de uma promessa de campanha, quando disse que se dirigiria ao mundo muçulmano a partir de uma capital islâmica no início de seu mandato.

Desde sua chegada à Casa Branca, Obama disse que quer se envolver pessoalmente no esforço de estender pontes ao mundo islâmico.

As primeiras chamadas oficiais de Obama como presidente foram aos líderes do Oriente Médio, e sua primeira entrevista na Casa Branca foi concedida a uma rede de televisão árabe, a Al Arabiya.

Desde então, reuniu-se com diversos líderes do Oriente Médio e afirmou que a busca da paz entre Israel e seus vizinhos árabes será uma das prioridades de seu mandato.

Dentro desta série de contatos, que já o levou a se reunir, em maio, com o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, e com o presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas, Obama se encontrará amanhã com o monarca saudita, Abdullah bin Abdul Aziz, em Riad, na primeira etapa de sua viagem.

Na estadia em Riad, Obama abordará com Abdullah assuntos como o processo de paz no Oriente Médio, o programa nuclear iraniano e o aumento dos preços do petróleo.

O presidente americano viajará no começo da manhã da quinta-feira para o Cairo, onde, além de pronunciar seu discurso, deve se reunir com o presidente egípcio, Hosni Mubarak, e visitar uma mesquita e as pirâmides.

A segunda parte da viagem do líder americano começará na mesma noite e estará centrada nos atos de comemoração do fim da Segunda Guerra Mundial.

Obama chegará na quinta-feira à noite a Dresden, na Alemanha, onde deve se reunir com a chanceler alemã, Angela Merkel, para tratar assuntos como a relação transatlântica e informá-la sobre os resultados de suas conversas no Oriente Médio.

Além disso, o presidente americano irá a um lugar com grande carga emotiva pessoal, o campo de concentração de Buchenwald. O tio-avô de Obama, Charlie Payne, estava entre os soldados que contribuíram para libertar essas instalações.

Obama também visitará a base militar americana de Landstuhl, onde se encontra o hospital no qual são atendidos os feridos nas guerras do Iraque e do Afeganistão.

A viagem de Obama terminará na França, onde, em Normandia, participará dos atos em lembrança aos 65 anos do Dia D.

Também estarão presentes ao ato, além do presidente francês, Nicolas Sarkozy, os primeiros-ministros do Reino Unido, Gordon Brown, e do Canadá, Stephen Harper.

Inicialmente não estava previsto que a rainha Elizabeth II da Inglaterra, a única chefe de Estado em exercício que prestou serviço durante a guerra, fosse aos atos, mas a Casa Branca indicou na segunda-feira que estava colaborando com os outros participantes para fazer com que soberana participe.

Obama, que também manterá uma reunião bilateral com Sarkozy, em Paris, voltará a Washington no domingo.

EFE   
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