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Oriente Médio

Obama: acusações de ataque químico na Síria são muito preocupantes

23 ago 2013 - 09h19
(atualizado às 09h30)
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O presidente americano Barack Obama afirmou que as acusações de utilização de armas químicas na Síria são "muito preocupantes", em uma entrevista ao canal CNN.

"O que temos visto indica que é claramente um grande evento, de muita preocupação, e nós já estamos em contato com toda a comunidade internacional", afirmou.

Segundo a oposição síria, os supostos ataques com gases tóxicos perto de Damasco provocaram 1.300 mortes.

"Estamos recebendo informações sobre este fato em particular", declarou o presidente dos Estados Unidos.

Obama evitou afirmar se o seu governo acredita que armas químicas teriam sido usadas no ataque, um ato que, em tese, teria cruzado a "linha vermelha".

"Não esperamos cooperação (do governo sírio), levando em conta seu passado".

A rebelião síria calcula em 1.300 o número de mortes provocadas na quarta-feira por uma ofensiva do regime, supostamente com gases, em Ghuta oriental e Muadamiyat al-Sham, dois setores da periferia de Damasco sob controle dos rebeldes.

Obama tem se mostrado resistente a ordenar uma ação militar americana para proteger os civis sírios, por temer ser arrastado para uma guerra civil, pouco tempo depois de ter retirado as tropas do Iraque.

Mas as impactantes imagens dos mortos no ataque, muitos deles crianças, reabriram o debate sobre a política de Obama, vista por seus aliados como prudente, mas que os críticos consideram frágil.

O senador republicano John McCain acusou o governo democrata de permanecer passivo a respeito da guerra civil na Síria, dando implicitamente "luz verde" ao presidente Bashar al-Assad para usar armas químicas contra seu povo.

"Há um ano, o presidente disse que o uso de armas químicas na Síria marcaria o cruzamento de uma linha vermelha", escreveu McCain em um comunicado, em referência ao limite estabelecido por Obama em 20 de agosto de 2012.

"Mas como estas ameaças não tiveram nenhuma consequência verdadeira, não tiveram eco", acusou o senador.

Obama respondeu a McCain que entende a preocupação do senador, mas que Washington deve proceder com cautela.

"Compreendo a paixão do senador McCain de ajudar as pessoas que passam por uma situação extraordinariamente difícil e dolorosa", destacou.

Mas Obama destacou que os americanos esperam que ele proteja seus interesses a longo prazo.

"Às vezes, observamos pessoas que pedem uma ação imediata, que nos colocam em situações muito difíceis, quando somos arrastados a intervenções caras, difíceis, que no fim geram mais ressentimento na região", destacou.

Mas Obama exigiu a seus serviços de inteligência que investiguem para determinar se realmente foram utilizadas armas químicas na Síria.

"Neste momento exato, o governo dos Estados Unidos é incapaz de determinar de forma definitiva se foram usadas armas químicas", afirmou na quinta-feira a porta-voz do Departamento de Estado, Jennifer Psaki.

O governo americano não tem equipes oficiais na Síria, segundo a porta-voz, mas pode "compilar informação graças a depoimentos no campo de batalha, reunir inteligência, relatórios púlicos (...) dados científicos e compartilhar esta informação com outros países".

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
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