PUBLICIDADE

Oriente Médio

Número de sírios refugiados pode chegar a 267 mil

31 jul 2012 - 06h27
(atualizado às 08h49)
Compartilhar

O número de sírios refugiados em outros países pode alcançar pelo menos 267 mil, embora só 137 mil deles estejam registrados e recebendo ajuda humanitária, informou nesta terça-feira o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur).

Crise na Síria: origens, capítulos, impasses e destinos

Infográfico: linha do tempo conta a história do conflito na Síria

Especial: luta por liberdade revoluciona norte africano e península arábica

"Nós temos os números de sírios registrados, sabemos os que estão na lista de espera, e depois conhecemos os números estimados pelos governos. Por isso, os números diferem, mas podem ascender a pelo menos 267 mil", assinalou em entrevista coletiva Melissa Fleming, porta-voz do Acnur.

Na Jordânia, por exemplo, o governo estima que entraram no país 140 mil refugiados sírios, embora apenas 50 mil tenham se registrado com o Acnur para receber ajuda humanitária. Outro exemplo é o da Argélia. O Executivo argelino anunciou recentemente que há entre 10 mil e 25 mil sírios no país, mas somente 70 registrados no Acnur.

No entanto, a agência da ONU acredita que muitos deles estão hospedados em escolas e edifícios públicos, e por isso necessitariam de alguma assistência, apesar de não terem solicitado. Outros países que emergiram recentemente como receptores de refugiados sírios são Egito e Marrocos.

Segundo os registros do Acnur, 1.305 sírios podem estar refugiados no Egito desde julho, e 400 no Marrocos. A respeito dos países que rodeiam à Síria, no Iraque o número de refugiados segue aumentando e já alcança os 11.465 registrados. No Líbano, 34 mil sírios estão recebendo ajuda humanitária, "mas as estimativas indicam que o número de refugiados no país é muito mais alto", especificou a porta-voz.

Melissa Fleming destacou que por enquanto não existem campos de refugiados no Líbano porque "a amparada em famílias locais parece seguir funcionando, mas estamos preparados para estabelecer um quando for necessário, porque sabemos que a hospitalidade está chegando a níveis de saturação".

Precisamente, o Acnur teve que abrir um campo de refugiados na Jordânia, a dez quilômetros da fronteira com a Síria, onde residem cinco mil pessoas, mas que está preparado para expandir-se e acolher até 150 mil. Este campo está acolhendo refugiados que estavam em acampamentos de passagem, um dos quais estava projetado para 800 pessoas, mas recebia oito mil.

Fleming admite que as necessidades de refúgio aumentarão nos próximos dias porque muitos sírios de classe média, que até agora pagavam com suas economias hotéis na Jordânia e no Líbano, ficarão sem recursos e terão que recorrer à ajuda humanitária.

Na Turquia, cerca de 70 mil pessoas buscaram proteção, um número que aumenta diariamente, dado o fluxo de refugiados procedentes de Aleppo, onde o Exército e os grupos armados da oposição lutam pelo controle dessa cidade, situada no norte do país e perto da fronteira turca. Precisamente, o Acnur informou que, com a ajuda do Crescente Vermelho, estão tentado ajudar moradores de Aleppo que não puderam ou não quiseram fugir.

Melissa Fleming assumiu que o Acnur - cujo escritório em Aleppo não está funcionando em seu total capacidade por causa da insegurança reinante - não pode ajudar as 200 mil pessoas que abandonaram a cidade nos últimos dias. Além dos refugiados, a ONU estima que há um milhão e meio de sírios deslocados em seu próprio país, e que pelo menos 17 mil pessoas morreram no conflito.

EFE   
Compartilhar
Publicidade