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Oriente Médio

Novo presidente afegão quer negociação de paz com os talibãs

Ashraf Ghani defendeu o início da conversação com o conjunto de insurgentes

29 set 2014 - 08h15
(atualizado às 08h16)
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<p>Ashraf Ghani, presidente-eleito do Afeganistão, em entrevista coletiva em Cabul</p>
Ashraf Ghani, presidente-eleito do Afeganistão, em entrevista coletiva em Cabul
Foto: Mohammad Ismail / Reuters

O novo presidente afegão, Ashraf Ghani, defendeu nesta segunda-feira o início de conversações de paz com o conjunto dos insurgentes islamitas, incluindo os talibãs, com o objetivo de estabilizar o país após a saída, no fim do ano, das tropas da Otan.

"Pedimos aos opositores, e mais especificamente aos talibãs e ao Hezb-e-Islami, o início de conversações políticas", afirmou Ghani depois de assumir o cargo de presidente, como sucessor de Hamid Karzai.

"Qualquer problema que tenham, devem informar, nós tentaremos encontrar uma solução", completou o novo presidente afegão. "Nós solicitamos a todos os aldeãos que peçam a paz. Pedimos a todos os eruditos muçulmanos que aconselhem os talibãs e, se eles não escutarem seus conselhos, deveriam cortar todas as relações".

Karzai, que presidiu o país 2001, após a queda do regime dos talibãs, até domingo, fez diversos apelos para que os insurgentes islamitas negociassem a paz, mas os extremistas nunca aceitaram, pois consideravam o chefe de Estado uma "marionete" de Washington.

Os talibãs, que chamaram recentemente Ghani de "funcionário" dos Estados Unidos, cometeram um atentado suicida nesta segunda-feira, durante a cerimônia de posse presidencial.

"Um suicida se imolou perto do aeroporto e matou quatro pessoas", afirmou uma fonte policial à AFP.

O homem-bomba tinha como alvos soldados afegãos e estrangeiros, segundo o porta-voz oficial dos talibãs, Zabiullah Mujahid, que reivindicou o atentado em nome do grupo.

Tanto Ghani como seu rival na eleição presidencial, Abdullah Abdullah, reivindicaram a vitória nas urnas, o que deixou o Afeganistão em uma crise de vários meses e estimulou as atividades dos insurgentes, além de ter agravado a já péssima situação econômica do país.

Sob pressão da ONU e dos Estados Unidos, os dois candidatos aceitaram na semana passada formar um governo de união nacional, no qual Abdullah terá um papel similar ao de um primeiro-ministro.

Abdullah prestou juramento nesta segunda-feira para o cargo oficial, uma responsabilidade que pode provocar divergências entre os dois grupos políticos dentro do governo.

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