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Oriente Médio

Nigéria deve ter primeiras parciais eleitorais nesta segunda

30 mar 2015 - 10h26
(atualizado às 10h26)
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Os primeiros resultados das eleições na Nigéria, pleito que pode ser o mais disputado desde o fim do regime militar em 1999, devem começar a ser divulgados nesta segunda-feira, depois de um fim de semana de votação marcado por confusão, polêmicas e violência esporádica.

O atual presidente, Goodluck Jonathan, disputa com o ex-governante militar Muhammadu Buhari a preferência de um eleitorado dividido por uma complexa mistura de linhas étnicas, regionais e em alguns casos religiosas, no país mais populoso da África.

Mesmo antes das primeiras parciais serem registradas, o Congresso dos Progressistas (APC, na sigla em inglês), agremiação de oposição, rejeitou o resultado no Estado de Rivers, onde fica a maior indústria de petróleo africana, e denunciou o voto na região como “uma falsificação e um fingimento”.

A comissão eleitoral havia dito que as primeiras parciais dos 120 mil centros de votação do país deveriam ser divulgadas no fim do domingo, mas isso não ocorreu.

O comparecimento às urnas no país que conta com 56,7 milhões de eleitores parece ter sido alto.

A tensão no Estado de Rivers levanta a possibilidade de um resultado nacional sob disputa e uma repetição da violência que ocorreu depois do último pleito em 2011, quando 800 pessoas foram mortas e 65 mil tiveram que deixar as suas casas na região norte, predominantemente muçulmana.

A oposição relatou violência em Rivers e culpou as “milícias armadas” apoiadas pelo Partido Democrático do Povo, partido do governo. “Qualquer que seja o lixo a ser anunciado como resultado das eleições não é aceitável para nós”, disse o APC. O governo não respondeu.

A agência Fitch revisou as perspectivas de crédito para a Nigéria como negativas nesta segunda-feira.

No domingo, centenas de simpatizantes da oposição protestavam do lado de fora do escritório da comissão eleitoral na cidade de Port Harcourt, centro da indústria petrolífera, levando a polícia a disparar tiros de alerta. Um grupo apedrejou um carro que, segundo pensavam, trazia votos.

“Não houve eleições em Rivers”, disse Achinike William-Wobodo, agente eleitoral da oposição, pedindo um novo pleito.

Os protestos continuavam na segunda-feira, e a polícia usou gás lacrimogêneo para dispersar um ato realizado por pelo menos cem mulheres do APC.

(Reportagem adicional de Bate Felix)

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