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Oriente Médio

Netanyahu obtém adiamento de duas semanas para formar governo

20 abr 2015 - 12h11
(atualizado às 12h11)
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O presidente de Israel, Reuven Rivlin, concedeu nesta segunda-feira ao primeiro-ministro do país, Benjamin Netanyahu, uma prorrogação de duas semanas para a formação de seu próximo executivo, que atrasou devido aos obstáculos nas negociações com os dois partidos nacionalistas.

Em reunião que ambos os dirigentes realizaram hoje, Netanyahu relatou ao presidente as conversas com manteve com outros cinco partidos e pediu a prorrogação de duas semanas que a legislação contempla para poder fechar os últimos detalhes e ter uma coalizão "estável".

"Vim hoje pedir uma prorrogação para poder completar a formação do governo. Avançamos e estamos no caminho correto para formá-lo, mas necessito de tempo adicional para que seja estável e para chegar a um acordo nos assuntos importantes para o país", disse Netanyahu.

Segundo a legislação, o dirigente do Likud, partido que ganhou com folga as eleições de 17 de março, terá duas semanas adicionais, a partir do dia 22 de abril, quando vence o prazo de 28 dias iniciado quando Rivlin lhe entregou o mandato, para compor um governo.

A reunião foi realizada hoje pois amanhã Israel terá uma jornada de lembrança aos soldados mortos em campo de batalha.

Rivlin ressaltou a Netanyahu que como chefe do Estado não tem poder para conceder mais prorrogações, e pediu que a composição do governo seja feita o mais rápido possível, pois neste período o país permanece com um Executivo em transição com autoridade limitada.

Esta condição legal obriga o atual governo a utilizar o orçamento do ano interior e impede o lançamento de qualquer projeto público.

A imprensa local informou hoje que Netanyahu poderia assinar seu primeiro acordo de coalizão já nas próximas horas com o partido de centro-direita Kulanu, e amanhã com as formações ultraortodoxas Shas e Judaísmo Unido da Torá.

O Likud quer fechar os três acordos antes do início da jornada de luto de amanhã, que começará à tarde. Depois, será comemorado o Dia da Independência de Israel e chegará o fim de semana, o que significaria um atraso de quatro dias.

Fontes do Shas disseram ao jornal "Israel Hayom" que o líder da legenda, Arieh Deri, obterá o Ministério do Interior, mas ficará sem a Comissão Nacional de Planejamento, organismo que o partido queria para realizar reformas para diminuir o preço dos imóveis no país.

Como compensação, o Shas obteria o Ministério de Culto, o que complicou as negociações entre Netanyahu e o partido nacionalista Lar Judaico, liderado por Naftali Bennett.

"Transferir o Ministério de Culto de forma unilateral do sionismo religioso (corrente a qual representa o partido de Bennett) ao Shas significa o final das negociações com o Lar Judaico", disse o dirigente pró-colonizador.

Para ambos os partidos a cobiçada pasta representa a capacidade de influenciar na legislação religiosa do país, e enquanto o Lar Judaico quer dar ao judaísmo uma cara mais amável e moderna, o Shas deseja perpetuar as rígidas regras ultraortodoxas.

O líder do partido nacionalista laico Yisrael Beiteinu, o ministro das Relações Exteriores, Avigdor Lieberman, também entrou na disputa.

O ministro exige garantias de Netanyahu de que a entrada dos ultra-ortodoxos no Executivo não representará um passo atrás na legislação civil aprovada nos últimos dois anos, sobretudo no que diz respeito à liberalização das conversões ao judaísmo.

EFE   
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