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Oriente Médio

Netanyahu lamenta "ingenuidade e hipocrisia" da Europa

17 dez 2014 - 18h11
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Israel acusou a Europa de "hipocrisia" nesta quarta-feira em resposta às decisões do parlamento europeu de solicitar o reconhecimento do Estado da Palestina e do Tribunal Geral da União Europeia (UE) de tirar o Hamas de sua lista de organizações terroristas.

Em um encontro com a imprensa estrangeira, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, criticou também a reunião dos signatários da 4ª Convenção de Genebra sobre a Palestina hoje na Suíça.

"Fomos testemunhas de uma série de exemplos de ingenuidade e vou dizer também que de hipocrisia", disse em alusão a estas três iniciativas.

"Quando os europeus dizem que estão frustrados, lhes dizemos bem-vindos ao clube. Nós somos os que estamos frustrados por suas políticas como a decisão de hoje sobre Hamas", insistiu o premier israelense.

O parlamento europeu aprovou hoje uma moção, respaldada pela maioria dos deputados, na qual pede o reconhecimento formal do Estado da Palestina segundo suas fronteiras de 1967.

Além disso, pediu "os esforços da União Europeia para apoiar o processo de paz" a fim de conseguir uma solução "definitiva e global" que "respeite as aspirações legítimas de paz, segurança e prosperidade" para o povo palestino e também o israelense.

Com esta iniciativa, o parlamento europeu uniu-se à onda de reconhecimentos protagonizados recentemente pelas câmaras britânica, francesa, espanhola, irlandesa e portuguesa, que também foi seguida hoje por Luxemburgo, motivados pelo primeiro passo do Executivo sueco, que no final de outubro se tornou o primeiro país europeu a formalizar este status.

Netanyahu também criticou com veemência a decisão do tribunal europeu de não catalogar o Hamas como organização terrorista e expressou seu desejo que seja uma medida reversível.

"Não estamos satisfeitos com a explicação de que a eliminação do Hamas da lista de organizações terroristas corresponda a 'medidas de procedimento", declarou Netanyahu.

"A responsabilidade recai na UE e esperamos que o Hamas seja posto de novo na lista imediatamente, dado que é entendido por todos que o Hamas, uma organização terrorista assassina cujas bases especificam a destruição do Estado de Israel como objetivo, é uma parte inseparável desta lista", exigiu o primeiro-ministro.

Por sua parte, o Hamas comemorou a decisão do tribunal europeu, que qualificou de "vitória histórica para nosso povo palestino e para qualquer um que apoie o direito de nosso povo à resistência".

Israel também recebeu com desgosto a conferência internacional de signatários da 4ª Convenção de Genebra sobre a Palestina realizada hoje nesta cidade suíça.

A reunião, a terceira deste tipo em 15 anos, "é outro exemplo de um mecanismo multilateral contaminado por uma agenda anti-Israel, que afasta as partes das negociações e solapa a universalidade e integridade das Convenções de Genebra", denunciou em comunicado um porta-voz do Ministério das Relações Exteriores israelense.

Neste consenso internacional sobre a necessidade de promover uma solução que ponha um fim no conflito mais longevo do século XX, o ato final será a apresentação na ONU de uma proposta sobre a resolução do conflito que foi discutida há semanas por palestinos, Liga Árabe, Estados Unidos e Europa.

Apesar de existirem diferenças entre a resolução europeia, liderada pela França, e a palestina, Mohamad Esstaye, veterano líder da Organização para a Libertação da Palestina (OLP), assegurou ontem que estas diferenças eram "mínimas" e estavam "a ponto de ser resolvidas".

A principal dissonância está em que, enquanto os palestinos solicitavam uma data máxima para o fim da ocupação, os europeus pediam uma retomada das negociações.

Além disso, a parte britânica incluiu a necessidade de reconhecer Israel como Estado judaico, condição que os palestinos não aceitam e que Netanyahu disse hoje que "é fundamental para qualquer tipo de acordo".

EFE   
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